sábado, 28 de dezembro de 2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Por que clicamos em links idiotas? – Tony Reinke



Por “links idiotas” quero dizer links na internet que não fazem nada a não ser dar um tapinha na nossa curiosidade involuntária. Eles fazem pouco por nós porque têm pouco a oferecer. Nós clicamos, lemos, assistimos, e frequentemente nos sentimos mais burros por isso.
Tais links clamorosos bagunçam a internet, oferecendo fofocas de celebridades, histórias bizarras de crimes, vídeos violentos e imagens sexuais — cada link pedindo pouco mais que um clique (que pedido trivial).
Então quão sutis são esses links? Enquanto escrevo, a página inicial da CNN realça sete títulos com links como “Top Histórias”:
* Prefeito que fuma crack não renunciará
* O marido empurrado estava com os olhos vendados?
* Mulher morta em ataque de pumas
* Citações erradas alimentam os ataques de Tom Cruise
* Cervo perfurado na fronte por flecha
* Adivinhe quem está usando jeans skinny de novo
* Astronautas lavam suas cuecas?
A atração magnética que às vezes sentimos por manchetes como essas precedem a internet e o noticiário da noite. Essa foi uma preocupação abordada pelo pai da igreja Agostinho, nascido em 13 de novembro de 354 A.D. (mais de 1.600 anos atrás).
Agostinho e as Curiosidades Inúteis
Vaidade em Muitas Formas
O Problema com o Lixo Inútil
O Ponto Chave
Agostinho refletiu sobre as tentações que turvavam e distraíam seu próprio coração em seu clássico da história da igreja, As Confissões.
Lá ele edificou o precedente bíblico em 1 João 2.16: “Tudo que há no mundo — a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo”.
A expressão “a concupiscência dos olhos”, Agostinho interpreta como curiosidades inúteis. Tais curiosidades inúteis não são limitadas ao visual, mas envolvem impulsos de todos os cinco sentidos.
A sedução das curiosidades inúteis do mundo é profundamente enraizada em nossos antepassados, e podemos encontrá-la até na curiosidade rebelde de Adão e Eva quanto à árvore no jardim. Como seus filhos decaídos, estamos todos conectados à mesma “curiosidade frívola e ávida” que frequentemente “se mascara como um zelo por conhecimento e aprendizado” e “uma sede por informações em primeira mão sobre tudo”.
No tempo de Agostinho (assim como no nosso), tal curiosidade inútil tomou muitas formas. Ela incluiu a fofoca (1 Timóteo 5.13). Ela incluiu todas as formas de mágica, astrologia e bruxaria. Ela estava por trás da vã fascinação por sinais e prodígios (Lucas 23.8). Ela estava por trás da dança lasciva no teatro. Ela estava por trás da fascinação cultural por morte, sangue e cadáveres mutilados. E ela estava por trás dos espetáculos de banho de sangue das mortes de animais e combates de gladiadores no anfiteatro.
O antigo Coliseu era um bufê de vãs curiosidades, tudo proposital.
O público amava ser entretido pelos massacres, que os imperadores alegremente financiavam para aumentar os níveis de aprovação, tudo elevado a uma vitrine popular de violência que muitos poucos filósofos pagãos questionaram.
Agostinho era uma voz contrária. Os espectadores curiosos eram participantes do mal, ele disse, e os crentes podiam facilmente ser varridos na louca paixão do evento.
De uma maneira geral, as vãs curiosidades do quarto século ofereciam a si mesmas sem interrupções. Muito antes da curiosidade de assistir alguém morrer se tornou disponível no YouTube, Agostinho escreveu: “as coisas desprezíveis que lutam por nossa atenção todos os dias são incontáveis”.
Retornando ao nosso próprio tempo, eis aqui o problema: as curiosidades inúteis são pensamentos abortados. Vãs curiosidades são, por definição, deslocadas de Deus e impotentes para apontar para Cristo. Elas enchem nossos cérebros e corações com lixo perturbador temporal. “Quando nosso coração se torna uma lixeira para coisas como essa, cheia de uma carga de lixo inútil, nossas orações são frequentemente interrompidas e perturbadas por elas”.
Pior, tais links vãos reúnem um histórico de navegação que pode revelar algo trágico sobre a condição de nossa alma. Chafurdar em tal “curiosidade venenosa”, escreve Agostinho, reflete “os impulsos de uma alma que está morta, embora não morta de maneira a não se movimentar. Ela morre por abandonar a fonte da vida (Jeremias 2.13)”.
Nada trivial escapa a atenção de Deus (Mateus 12.36). Mas é pecado curtir três minutos de um vídeo engraçado no YouTube ou novos clipes ou os feitos de homens audaciosos que você clicou através do Twitter? Talvez sim, talvez não. Depende de para onde tais vídeos levam seus pensamentos, e quais pensamentos o levaram até lá, para começar.
Há uma curiosidade inútil atraída à vaidade e ao vazio, e há uma curiosidade santificada atraída por todas as coisas que levam à beleza de Deus. Essa possibilidade é apresentada a nós em cada link.
Então Agostinho emerge da história para nos fazer três perguntas sobre nosso histórico de navegação:
* Estou buscando links que me oferecem um caminho promissor para ver mais da beleza de Deus?
* Ou, meu hábito de clicar em links é não regulado, impelido por algum capricho interior, e terminando em nada mais que minha vã curiosidade?
* Ou, o mais trágico de todos, os links que eu clico são, na verdade, apenas uma série de pequenos buracos na rua cheios de água  dos quais espero beber uma pequena gratificação para minha alma vazia?
Muitas coisas estão em jogo com o mouse ou o smartphone na mão. Que neste dia Deus possa nos dar seus recursos espirituais para que não deixemos de lado questões tão importantes nas nossas vidas diárias que parecem tão mundanas.
Fonte: www.voltemosaoevangelho.com.br
Por: Tony Reinke © Desiring God. Original: Tony Reinke – Why We Click Stupid Links.
Tradução: Alan Cristie. Original: Por que clicamos em links idiotas? – Tony Reinke

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O que é a "liberdade no Espírito"?



Um dos argumentos mais usados para se justificar coisas estranhas que acontecem nos cultos evangélicos neopentecostais é a declaração de Paulo em 2Coríntios 3:17:

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

O raciocínio vai mais ou menos assim: quando o Espírito de Deus está agindo num culto, Ele impele os adoradores a fazerem coisas que aos homens podem parecer estranhas, mas que são coisas do Espírito. Se há um mover do Espírito no culto, as pessoas têm liberdade para fazer o que sentirem vontade, já que estão sendo movidas por Ele, não importa quão estranhas estas coisas possam parecer. E não se deve questionar estas coisas, mesmo sendo diferentes e estranhas. Não há regras, não há limites, somente liberdade quando o Espírito se move no culto.

Assim, um culto onde as coisas ocorrem normalmente, onde as pessoas não saltam, não pulam, não dançam, não tremem e nem caem no chão, este é um culto frio, amarrado, sem vida. O argumento prossegue mais ou menos assim: o Espírito é soberano e livre, Ele se move como o vento, de forma misteriosa. Não devemos questionar o mover do Espírito, quando Ele nos impele a dançar, pular, saltar, cair, tremer, durante o culto. Tudo é válido se o Espírito está presente.

Bom, tem algumas coisas nestes argumentos com as quais concordo. De fato, o Espírito de Deus é soberano. Ele não costuma pedir nossa permissão para fazer as coisas que deseja fazer. Também é fato que Ele está presente quando o povo de Deus se reúne para servir a Deus em verdade. Concordo também que no passado, quando o Espírito de Deus agiu em determinadas situações, a princípio tudo parecia estranho. Por exemplo, quando Ele guiou Pedro a ir à casa do pagão Cornélio (Atos 10 e 11). Pedro deve ter estranhado bastante aquela visão do lençol, mas acabou obedecendo. Ao final, percebeu-se que a estranheza de Pedro se devia ao fato que ele não havia entendido as Escrituras, que os gentios também seriam aceitos na Igreja.

Mas, por outro lado, esse raciocínio tem vários pontos fracos, vulneráveis e indefensáveis. A começar pelo fato de que esta passagem, "onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2Cor 3:17) não tem absolutamente nada a ver com o culto. Paulo disse estas palavras se referindo à leitura do Antigo Testamento. Os judeus não conseguiam enxergar a Cristo no Antigo Testamento quando o liam aos sábados nas sinagogas pois o véu de Moisés estava sobre o coração e a mente deles (veja versículos 14-15). Estavam cegos. Quando porém um deles se convertia ao Senhor Jesus, o véu era retirado. Ele agora podia ler o Antigo Testamento sem o véu, em plena liberdade, livre dos impedimentos legalistas. Seu coração e sua mente agora estavam livres para ver a Cristo onde antes nada percebiam. É desta liberdade que Paulo está falando. É o Senhor, que é o Espírito, que abre os olhos da mente e do coração para que possamos entender as Escrituras.

A passagem, portanto, não tem absolutamente nada a ver com liberdade para fazermos o que sentirmos vontade no culto a Deus, em nome de um mover do Espírito.

E este, aliás, é outro ponto fraco do argumento, pensar que liberdade do Espírito é ausência de normas, regras e princípios. Para alguns, quanto mais estranho, diferente e inusitado, mais espiritual! Mas, não creio que é isto que a Bíblia ensina. Ela nos diz que o fruto do Espírito é domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Ela ensina que o Espírito nos dá bom senso, equilíbrio e sabedoria (Isaías 11:2), sim, pois Ele é o Espírito de moderação (2Tim 1:7).

Além do uso errado da passagem, o argumento também parte do pressuposto que o Espírito de Deus age de maneira independente da Palavra que Ele mesmo inspirou e trouxe à existência, que é a Bíblia. O que eu quero dizer é que o Espírito não contradiz o que Ele já nos revelou em sua Palavra. Nela encontramos os elementos e as diretrizes do culto que agrada a Deus.
Liberdade no Espírito não significa liberdade para inventarmos maneiras novas de cultuá-lo. Sem dúvida, temos espaço para contextualizar as circunstâncias do culto, mas não para inventar elementos. Seria uma contradição do Espírito levar seu povo a adorar a Deus de forma contrária à Palavra que Ele mesmo inspirou.

Um culto espiritual é aquele onde a Palavra é pregada com fidelidade, onde os cânticos refletem as verdades da Bíblia e são entoados de coração, onde as orações são feitas em nome de Jesus por aquelas coisas lícitas que a Bíblia nos ensina a pedir, onde a Ceia e o batismo são celebrados de maneira digna. Um culto espiritual combina fervor com entendimento, alegria com solenidade, sentimento com racionalidade. Não vejo qualquer conexão na Bíblia entre o mover do Espírito e piruetas, coreografia, danças, gestos. A verdadeira liberdade do Espírito é aquela liberdade da escravidão da lei, do pecado, da condenação e da culpa. Quem quiser pular de alegria por isto, pule. Mas não me chame de frio, formal, engessado pelo fato de que manifesto a minha alegria simplesmente fechando meus olhos e agradecendo silenciosamente a Deus por ter tido misericórdia deste pecador.

Por Augustus Nicodemus Lopes

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Existem apóstolos nos dias de hoje? – Renato Vargens


Nunca se viu tantos apóstolos como neste início de século. Em cada canto, esquina e cidade encontramos alguém reivindicando o direito de ser chamado apóstolo.
Entendendo o movimento de restauração e o movimento apostólico:
Segundo a bíblia quais deveriam ser as credenciais de um apóstolo?
O chamado movimento de restauração defende a tese de que Deus está restaurando a igreja. Para estes, após a morte dos primeiros apóstolos, a igreja de Cristo paulatinamente experimentou um processo de declínio espiritual culminando com a apostasia vivenciada pelos seus adeptos no período da idade média.
Com o advento da Reforma Protestante, os defensores desta teologia afirmam que Deus começou a restaurar a saúde da igreja. Segundo estes, Lutero foi responsável pela redescoberta da salvação pela graça, e agora no século XXI, estamos vivendo a restauração do ministério apostólico. Os teólogos desta linha de pensamento afirmam que a restauração dos apóstolos é uma das últimas coisas a serem feitas pelo Senhor, antes de sua vinda. Para os adeptos desta linha de pensamento, os apóstolos de hoje possuem, em alguns casos, maior autoridade do que os apóstolos do primeiro século, até porque, para os defensores desta corrente teológica a glória da segunda casa será maior do que a primeira.
Para estes o ministério apostólico não acabou. Na verdade, tais teólogos advogam que o ministério apostólico é perpétuo e que o livro de Atos ainda continua a ser escrito por santos homens de Deus, os quais, mediante a sua autoridade apostólica, agem em nome do Senhor.
Este movimento tem suas semelhanças com o surgimento dos mórmons e a Igreja dos Santos dos Últimos Dias, que ensina que o corpo de escritos inspirados por Deus não se fechou e que Deus tem muita coisa nova para dizer e para revelar aos seus santos através de seus apóstolos.
Infelizmente, assim como os mórmons, os adeptos do movimento apostólico consideram a Bíblia uma fonte importante, mas não única para a fé. Para os apóstolos deste tempo, Deus, através de seus profetas, pode revelar coisas novas, ainda que isso se contraponha a sua Palavra. Basta olharmos para as doutrinas hodiernas que chegaremos à conclusão que os apóstolos do século XXI, acreditam que suas revelações são absolutamente diretivas, normativas e inquestionáveis.
1. O apóstolo teria de ser testemunha do Senhor ressurreto. Em Atos vemos os apóstolos reunidos no cenáculo, conversando sobre quem substituiria Judas. Em Atos 1.21-22 lemos: É necessário pois, que, dos homens que nos acompanham todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre vós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”. Paulo diz que viu Jesus ressurreto: “Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, Nosso Senhor?” (1Co 9.1)
2. O apóstolo tinha de ter um chamado especial da parte de Cristo para exercer este ministério. As Escrituras são absolutamente claras em nos mostrar que os apóstolos, incluindo Paulo, foram chamados por Cristo (Mt 10.2-4; Gl 1.11-24).
3. O apóstolo era alguém a quem foi dada autoridade para operar milagres. Isso fica bem claro em 2Coríntios 12.12: Pois as credenciais do meu apostolado foram manifestadas no meio de vós com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos”. Era como se ele dissesse: “Como vocês podem questionar meu ofício de apóstolo, se as minhas credenciais foram apresentadas claramente entre vós”. Sinais, milagres e prodígios maravilhosos.
4. O apóstolo tinha autoridade para ensinar e definir a doutrina firmando as pessoas na verdade.
5. Os apóstolos tiveram autoridade para estabelecer a ordem nas igrejas. Nomeavam os presbíteros, decidiam questões disciplinares e questões doutrinárias, e falavam com autoridade do próprio Jesus.
Será que diante destas questões os “apóstolos” da modernidade podem de fato reivindicar o título de apóstolo de Cristo? Por acaso, algum deles viu o Senhor ressurreto? Foram eles comissionados por Cristo a exercerem o ministério apostólico? Quantos dos apóstolos brasileiros ressuscitaram mortos? E suas doutrinas? Possuem elas autoridade para se contraporem aos ensinamentos bíblicos?
Pois é, infelizmente os “apóstolos” do nosso tempo não possuem respostas a estas perguntas.
O posicionamento da ortodoxia evangélica entende que o ministério apostólico cessou com a morte dos apóstolos no primeiro século. Sem a menor sombra de dúvidas, considero a utilização do título “apóstolo” por parte dos pastores como uma apropriação indevida de um ministério, o qual não existe mais nos moldes que vemos no Novo Testamento.


Por: Renato Vargens
Trecho do livro “Reforma Agora – o antídoto para a confusão evangélica no Brasil”, lançamento da Editora Fiel para o mês de setembro.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma surpreendente obra de Deus (1/2) – Kevin DeYoung



Existem apenas algumas coisas que permanecem semanalmente na minha lista de oração. Uma delas é o avivamento ou reavivamento. Eu acredito que Deus tenha se movido no passado para inflamar grandes avivamentos. Eu acredito que ele pode fazê-lo novamente. E eu acredito que seria bom que os cristãos pregassem e orassem por um avivamento cristocêntrico em nossos dias, que ame o Evangelho, glorifique a Deus e seja dado pelo Espírito.
Claro, isso levanta a questão: o que é verdadeiro avivamento? Vou chegar a uma definição em um momento e falarei mais sobre o modelo bíblico de renovação e reforma no próximo texto, mas permita-me começar mostrando algumas noções falsas sobre avivamento.
Primeiro, avivamento não é reavivalismo. Obviamente, quando você adiciona o “ismo” isso soa assustador, mas eu acho que há uma distinção importante a defender. Entendo por reavivalismo um evento programado, produzido e determinado por homens. No início do século XIX, uma mudança profunda aconteceu. Considerando que antes avivamentos eram vistos como obras da soberania de Deus pelo que alguém orava e jejuava mas não conseguia planejar, a partir de 1800 os avivamentos tornaram-se produções programadas. Você poderia montar uma barraca e anunciar um avivamento na próxima quinta-feira. Se você colocar uma música nova aqui, um coral lá, um certo estilo de pregação, um banco para os pecadores arrependidos, você pode ter certeza de uma resposta. Isso é um avivamento feito por homens, não verdadeiro avivamento.
Segundo, avivamento não é individualismo. Com isso quero dizer que um avivamento é um evento corporativo. É uma coisa maravilhosa quando Deus muda um só coração, especialmente no meio de muitos ossos secos, mas não é disso que estamos falando. Quando Deus envia um avivamento, ele varre uma igreja inteira, várias igrejas ou comunidades, e toca uma diversidade de pessoas (por exemplo, jovens, velhos, ricos, pobres, educados, incultos). Não é apenas uma transformação individual, de tão maravilhoso que é.
Terceiro, avivamento não é emocionalismo. De fato, verdadeiro avivamento pode produzir grande emoção. Mas a emoção em si não indica uma verdadeira obra do Espírito. Você pode levantar as mãos, ou ficar duro, chorar histericamente, ou ter uma grande calma, cair no chão, saltar para cima e para baixo, gritar Amém, fazer orações altas ou suaves, se sentir muito espiritual ou se sentir muito insignificante. Estes são o que Jonathan Edwards chama de “não-sinais”. Eles não dizem nada de um jeito ou de outro. Se você levanta as mãos ao cantar uma canção de louvor, isso pode significar que você está encantado com o amor de Deus, ou pode significar que você tem uma personalidade expressiva e a música proporciona uma liberação de energia. Se você canta um hino com solenidade e gravidade, pode ser que você está cantando com profundo temor e reverência, ou pode significar que a sua religião é mero formalismo e você está realmente entediado. Verdadeiro avivamento é marcado por mais do que a presença ou ausência de emoção tremenda.
Quarto, avivamento não é idealismo. Avivamento não significa que o céu chega na terra. Ele não inaugura uma utopia espiritual. Não resolve todos os problemas da igreja. Na verdade, o avivamento, com todas as suas bênçãos, geralmente traz novos problemas. Muitas vezes existe controvérsia. Pode haver orgulho e inveja. Pode haver suspeita. E além dessas obras da carne, Satanás muitas vezes desperta falsos avivamentos. Ele semeia sementes de confusão e engano. Assim, tanto quanto nós devemos ansiar por avivamento, não devemos esperar que ele seja a cura para todos os problemas da vida, e muito menos um substituto para décadas de tranquilidade, obediência fiel e crescimento.
Então, o que é verdadeiro avivamento? Aqui está a minha definição: O verdadeiro avivamento é uma soberana, repentina e extraordinária obra de Deus pela qual ele salva pecadores e traz vida nova para o seu povo.
  • O verdadeiro avivamento é uma soberana (dependente do tempo de Deus, realizado por Deus , concedido conforme a vontade de Deus)
  • repentina (conversões, crescimento e mudanças acontecem de forma relativamente rápida)
  • extraordinária (incomum, surpreendente)
  • obra de Deus (não nossa)
  • pela qual ele salva pecadores (regeneração levando a fé e arrependimento)
  • e traz vida nova para o seu povo (com afeições, comprometimento e obediência renovados).
Um dos melhores exemplos do verdadeiro avivamento na Bíblia é a história de Josias, em 2 Reis 22-23. A história não é um projeto para ser imitado em todos os aspectos, especialmente porque Josias é rei sobre uma teocracia. Mas a história é instrutiva, na medida em que nos dá uma imagem de uma soberana, rápida e extraordinária obra de Deus.
Vamos ver com o que isso se parece no próximo texto.
Traduzido por Annelise Schulz. Por iPródigo.com. Original: Uma surpreendente obra de Deus (1)


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Como aproveitar a Bíblia



James MacDonald

Na semana passada, respondi algumas perguntas interessantes sobre como eu marco a minha Bíblia. Mas antes de falar mais sobre isso, eu queria refletir sobre como podemos aproveitar melhor a Bíblia, começando com meu versículo preferido da Palavra de Deus, Jeremias 15.16, que diz: “Quando as tuas palavras foram encontradas, eu as comi; elas são a minha alegria e o meu júbilo, pois pertenço a ti Senhor Deus dos Exércitos”. A Escritura está para a alma como a comida está para os nossos corpos. Aqui estão cinco coisas que você precisa fazer se você quer se alimentar da Palavra de Deus e alimentar sua alma.

Leia
Se você pega a Bíblia, e a mede, mas não a lê, bem, que desperdício. Então a abra e comece a ler. Você talvez diga “Cara, ela tem centenas de páginas. Por onde eu começo?”. Eu ouço isso com tanta freqüência que decidi dar uma olhada nas minhas Bíblias. Elas têm em média 1400 páginas. Então pense nela como dois grandes livros ou quatro ou cinco livros de tamanho normal. Estudos indicam que são necessárias por volta de 70 horas para ler a Bíblia inteira em voz alta. A maioria das pessoas lê mais rápido que isso, mas a Bíblia não é um livro que você vai querer ler rapidamente, de qualquer forma. É mais ou menos como aquela sua sobremesa preferida – pegue um ou dois pedaços e abaixe a colher – uma boa maneira de ter certeza que você está entendendo a grandeza do que está lendo. Se você ler 12 minutos por dia, ou uma hora e meia por semana, você não terá problemas para ler toda a Bíblia em um ano, e você será tão abençoado que vai querer começar de novo no ano seguinte. Ler a Bíblia não é algo que intimida tanto quanto as pessoas fazem parecer.

Quanto a por onde começar, eu sempre recomendo que as pessoas comecem com o Evangelho de João, que é o quarto livro do Novo Testamento, o quarto testemunho ocular da vida de Jesus. Enquanto você estiver lendo atentamente esse evangelho, pare e sublinhe a palavra crer toda vez que ela aparecer e se pergunte: Crer em que? Ou em quem? Agora vá para as cartas de João (1, 2 e 3 João). Agora leia outro evangelho. Isso te manterá ocupado por um tempo. Faça uma oração curta antes de começar a ler. Peça ao Senhor que abra sua mente e seu coração para Sua verdade e creia que ele irá fazê-lo. E não se deite para ler a Bíblia. Ela não é uma revista ou um romance qualquer. Lembre-se, é a Palavra de Deus, e se você respeitá-la devidamente, ela ira “abalar suas estruturas”, de uma forma incrível. Se você mantiver uma postura séria, você alcançará sérios resultados. Leia. Sugiro que você gaste pelo menos 15 minutos para ler dois ou três capítulos de uma vez.

Aqui está outra coisa. Não só leia:

Questione
Como você está apenas começando, vou sugerir algumas perguntas, e com o tempo, você pensará em outras perguntas por si só.

1.    Qual parte do que eu li chamou a minha atenção?” Você vai ler dois ou três capítulos e com certeza vai gostar mais de algumas partes específicas. Vá até essas partes e faça as seguintes perguntas.
2.    Porque essa parte chamou a minha atenção?” O que tem aqui que me atraiu? Para ajudar a responder essa pergunta, faça essas outras perguntas.
3.    Há algum exemplo a ser seguido?” Eu não saberia dizer quantas vezes a Palavra de Deus impactou minha vida ao dizer simplesmente essas palavras: “Há algum exemplo a ser seguido?”. Então de repente é como se – BUM! Quase que salta da página: “James, você deveria ser assim!”. Eu amo quando a Palavra de Deus fala comigo dessa forma e me chama a ser mais parecido com o que Deus espera.
4.    Há algum erro a ser evitado?” É muito confortante saber que se eu caminhei na direção errada sem saber, ou tomei uma decisão equivocada, a Palavra de Deus pode me revelar isso. É fácil reconhecer os erros de outra pessoal, mas é muito difícil reconhecer nossos próprios erros. É aqui que a Palavra de Deus se torna um espelho. Há algum erro que eu possa evitar?
5.    Há algum mandamento para seguir?” Há alguma ação que a Palavra de Deus me chame para tomar? Há algo importante que eu estou negligenciando em minha casa, meu trabalho ou na minha vida pessoal? Se for o caso, eu quero saber o que é e como eu posso consertar. A Palavra de Deus várias vezes nos revela mandamentos a serem seguidos.
6.    Há alguma promessa para mim?” Muitas vezes a Palavra de Deus traz forças e encorajamento. Conforme você estuda a Bíblia, você vê o Senhor se comprometendo a certas coisas ou a agir de certa forma. E conforme você enxerga essas promessas, você chega à conclusão “Sim, Deus! Tu és assim, e prometeu ser assim pelo resto da minha vida, e eu confio em Ti”. Seu coração se enche de alegria quando você aprende e relembra as promessas de Deus.
7.    Há algum pecado a ser confessado?” Eu imagino que isso seja óbvio, de certa forma. Você não vai precisar ler muito da Bíblia para encontrar passagens que te revelam os “erros de seus caminhos”. Mas uma das promessas que te ajudam com isso é a de 1 João 1.9, que diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Agora que você começou a questionar a Palavra de Deus, você está pronto para a terceira coisa.

Planeje
Isso é absolutamente essencial se você pretende aproveitar a Bíblia tanto quanto puder pelo resto de sua vida. Faça um plano de ação em relação a como você vai por em prática o que está aprendendo. Tenha um caderno aberto ao lado da Bíblia e anote algumas coisas. Escreva alguns pensamentos nas margens das páginas da Bíblia. Quando, pela Palavra, você se ver culpado de ira, mentira ou egoísmo, tenha uma estratégia para lidar com esses pecados. Faça um plano específico e mensurável. Os resultados que você começará a ver te surpreenderão. Leia. Questione. Planeje.

Ore
Muitas vezes as pessoas não têm certeza do que dizer em suas orações. Quando você ora as verdades da própria Palavra de Deus, você tem a confiança de estar orando o que Deus espera. Você também tem a confiança de que Deus vai responder o que você está pedindo se a direção realmente vem da Sua Palavra. É isso que significa orar de acordo com a vontade de Deus. Como eu gostaria de ter lido um livro tão específico e prático assim, 20 anos atrás. Teria me ajudado imensamente. Ao invés disso, eu bati minha cabeça contra a parede por um bom tempo antes de descobrir tudo isso. De qualquer forma, pelo menos você pode aprender com os meus erros. Há poder em orar a Palavra de Deus. Quando você abre em uma passagem e diz “Deus, tu és assim, e prometeu ser assim para sempre” – Uau! Então leia. Questione. Planeje. Ore.

Compartilhe

Quando você aprende alguma coisa da Palavra de Deus, você deve compartilhar com outra pessoa. Tome algum tempo para falar sobre algo de seu estudo com sua esposa, seu colega de quarto ou um amigo da escola. Talvez você possa compartilhar com um amigo do trabalho ou na sua igreja. Hebreus 10.24 instrui que “consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras”. É isso que acontece quando você compartilha o que tem recebido da Palavra de Deus. Pessoas que me vêem pregando e vêem meu entusiasmo pensam Cara, aquele homem realmente ama pregar. Mas isso não é verdade. Eu não me importo muito com a pregação – não como um fim em si mesmo. O que me leva a pregar é ouvir sobre a diferença que a Palavra de Deus proporciona na vida das pessoas. Se eu levantasse todo Domingo e pregasse sabendo que ninguém iria se interessar em aplicar em suas vidas, eu nem me daria ao trabalho. Essa é a verdade. A razão pela qual nós compartilhamos a Palavra de Deus não está em nós; está nos outros. Então, como conseqüência, somos incrivelmente abençoados por ver o Deus Todo poderoso nos usando.

A Escritura diz em Isaías 40.8 “A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre.” Um dia, quando sua televisão, seu carro e sua casa não passarem de lixo e sucata, a verdade desse Livro ainda está viva. Vamos investir na única coisa que permanecerá. Quero dizer mais uma vez: Deus escreveu um Livro. Que Ele nos perdoe de não fazer o melhor uso possível desse Livro em nossas vidas.

Fonte:
http://www.internautascristaos.com.br
Fonte/origem:
 iPródigo
Tradução: Filipe Schulz


sábado, 27 de julho de 2013

O que é Conversão?

A conversão é um giro de 180 graus na vida de uma pessoa. É virar completamente a vida de alguém do pecado para Cristo e para a salvação. Da adoração de ídolos para a adoração de Deus. Da auto-justificação para a justificação de Cristo. Do governo do ego para o governo de Deus.
A conversão é o que acontece quando Deus desperta aqueles que estão espiritualmente mortos e os capacita a se arrependerem de seus pecados e a terem fé em Cristo.
  • Quando Jesus nos chama para nos arrependermos e crermos, ele está nos chamando à conversão. É uma mudança radical naquilo que cremos e fazemos (Mc 1.15).
  • Quando Jesus nos chama para tomarmos a nossa cruz e o seguirmos, ele está nos chamando à conversão (Lc 9.23).
  • Para que nos arrependamos, é necessário que Deus nos dê nova vida, novo coração e fé (Ef 2.1; Rm 6.17; Cl 2.13; Ez 36.26; Ef 2.8; 2Tm 2.25).
A conversão não é
  1. Um evento pontual sem qualquer implicação na maneira como nós vivemos.  A conversão de fato  acontece em um momento, e é um momento de mudança radical. A vida deveria parecer diferente dali por diante. Uma nova batalha começa.
  2. Uma jornada sem destino.  A conversão pode ser precedida de um longo processo para alguns, mas ela sempre envolve uma decisão comprometida de se arrepender do pecado e confiar em Cristo, o que é o resultado imediato da ação de Deus em dar nova vida a um pecador espiritualmente morto.
  3. Opcional.  Atos 17.30 afirma que Deus ordena a todos em todos os lugares que se arrependam. A conversão nunca pode ser forçada, mas é absolutamente necessária para a salvação.
  4. Uma conversa.  Embora os cristãos devessem comunicar o evangelho humildemente, o nosso alvo não é meramente uma agradável troca de informações. Nós devemos convocar todos os homens a se arrependerem de seu pecado e a confiarem em Cristo para a salvação.
  5. Fazer uma oração repetida.  A conversão certamente envolve oração, mas nós devemos ter cuidado para não tentarmos as pessoas a colocarem sua confiança em algum arranjo específico de palavras.
(Este material foi basicamente extraído do artigo “One of the Dirtiest Words Today: C——–n”, de Brad Wheeler.)

Que Diferença Prática um Entendimento Bíblico da Conversão Produz na Vida de uma Igreja?

Uma igreja com um entendimento bíblico da conversão irá…
  1. Ser cuidadosa acerca de quem é recebido como membro.
  2. Pedir que todo candidato à membresia explique o evangelho.
  3. Inquirir se há nela quaisquer áreas de pecado não arrependido.
  4. Administrar o batismo e a Ceia do Senhor cuidadosamente. Os membros não pressionarão seus pastores a batizarem pessoas precipitadamente e sem exame. A Mesa do Senhor será apropriadamente protegida (isto é, aquele que a administra explicará para quem ela é e para quem ela não é).
  5. Ser cuidadosa acerca de formas de evangelismo que possam encorajar falsas profissões, seja por meio da manipulação das emoções ou da apresentação de um evangelho diluído.
  6. Recusar-se a lidar com o pecado de modo inconsequente. Os membros buscarão acompanhamento, encorajamento e repreensão uns dos outros. Eles também irão…
  7. Praticar a disciplina formal da igreja.
  8. Buscar meios formais de manter uma clara distinção entre a igreja e o mundo, tais como reservar atos públicos de serviço apenas para membros.
Uma igreja com um entendimento não-bíblico da conversão pode também…
  1. Tornar-se cheia de pessoas que fizeram declarações sinceras sobre Jesus, mas que não experimentaram a mudança radical que a Bíblia designa como conversão.
  2. Chamar seus membros de cristãos, quando eles não o são. Não-cristãos olharão para esses “cristãos” e dirão: “Você é um cristão? Mas você vive exatamente como eu! Por que eu deveria crer no que você diz se as nossas vidas de fato não são nada diferentes?
Tradução: Vinícius Silva Pimentel – Ministério Fiel © Todos os direitos reservados. Website:www.MinisterioFiel.com.br / www.VoltemosAoEvangelho.com. Original: O que é Conversão?
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Como Ser um Refúgio Para Seus Filhos


John Piper

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.


No temor do SENHOR, há firme confiança, e ele será um refúgio para seus filhos.(Provérbios 14:26)

Se o Papai estiver amedrontado, para onde se voltarão os pequeninos? Papais deveriam ser seguros. Eles deveriam saber o que fazer, como resolver problemas, consertar as coisas e, sobretudo, proteger seus filhos do mal. Mas o que ocorre se uma criança vê o medo na face de seu Papai? E se o Papai estiver tão assustado quanto a criança e não souber o que fazer? Neste caso, a criança fica totalmente perturbada e se apavora. Ela sente que o único lugar firme, bom e confiável de refúgio não é mais seguro.
Mas se o Papai é confiante, a criança tem um refúgio. Se o Papai não está entrando em pânico, mas está calmo e firme, todos os muros podem vir abaixo, todas as ondas podem quebrar, todas as serpentes podem sibilar e os leões, rugir; mas os braços de seu Papai ainda serão um lugar seguro. O Papai é um refúgio, contanto que seja um Papai confiante.
É por isto que Provérbios 14:26 diz que "ele será um refúgio para seus filhos", se o Papai possuir uma "firme confiança." A confiança do Papai é o refúgio de seus filhos. Pais, a batalha para ser confiante não é apenas sobre nós, mas sobre a segurança de nossos filhos. É sobre o senso de segurança e felicidade deles. É sobre eles crescerem aflitos ou firmes na fé. Até que as crianças possam conhecer a Deus de uma forma profundamente pessoal, nós somos a imagem e a personificação de Deus em suas vidas. Se formos confiantes, confiáveis e seguros para eles, eles serão muito mais inclinados a apegar-se a Deus como seu refúgio quando, mais tarde, as tempestades lhes sobrevierem.
Então, como nós devemos obter esta "firme confiança"? Afinal, nós também somos pequeninos, somos vasos de barro, fracos, quebrantados, lutando contra dúvidas e ansiedades. Será que a solução é fazer nossa melhor encenação e esconder o que somos verdadeiramente? Isto nos levará às úlceras, no melhor dos casos, e, no pior, ao duplo erro de desonrar a Deus e rejeitar nossos adolescentes. Esta não é a resposta.
Provérbios 14:26 nos dá outra resposta: "No temor do SENHOR, há firme confiança". Isto é bastante estranho. Diz que a solução para o temor é o temor. A solução para a timidez é o temor. A solução para a incerteza é o temor. A solução para as dúvidas é o temor. Como pode ser isto?
Parte da resposta é que o "temor do Senhor" significa ter medo de desonrar ao Senhor; o que significa ter medo de duvidar do Senhor. Que significa ter medo de temer qualquer coisa que o Senhor tenha prometido te ajudar a superar. Em outras palavras, o temor do Senhor é o grande destruidor de temores.
Se Deus diz, "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo," (Isaías 41:10), então, coisa temível é se preocupar com o problema no qual ele disse que irá te ajudar. Temer o problema quando ele diz, "Não temas, eu te ajudo" é um voto de desconfiança contra a palavra de Deus, e isto é uma grande ofensa a Deus. E o temor ao Senhor, ao contrário, faz qualquer um estremecer ante tal ofensa a Deus.
Se o Senhor diz, "de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei," então você pode dizer confiantemente "O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?" (Hebreus 13:5-6). Se o Senhor te diz isso, então não confiar na presença e auxílio prometidos pelo Senhor é uma espécie de orgulho. Isto coloca o nosso parecer do problema acima do parecer de Deus. É por isto que lemos as maravilhosas palavras do Senhor em Isaías 51:12: "Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?". Quem é você para temer os homens, quando Deus prometeu ajudá-lo? Assim, temer o homem é orgulho. E o orgulho é o extremo oposto do temor de Deus.
Então, sim, o Provérbio é verdadeiro e nos é de grande ajuda. Temam a Deus, pais. Temam a Deus. Temam desonrá-lo. Temam duvidar dele. Temam colocar a sua avaliação do problema acima da dele. Ele diz que pode ajudar. Ele é mais inteligente. Ele é mais forte. Ele é mais generoso. Confie nele. Tema não confiar nele.
Por quê? Ele trabalha para aquele que nele espera (Isaías 64:4). Ele resolverá o problema. Ele socorrerá a família. Ele cuidará dos pequeninos. Ele satisfará as suas necessidades. Tema não crer nisso. E, então, seus filhos terão um refúgio. Eles terão um Pai que "tem firme confiança" - não em si mesmo, mas nas promessas de Deus, nas quais ele estremece de não confiar.
Aprendendo a temer ao Senhor para o bem dos meus filhos,
Pastor John



Fonte: Desiring God


sexta-feira, 14 de junho de 2013

SOBRE A TELEX FREE E A LIBERDADE DO CRENTE

É sabido que nem sempre o “legal” é sinônimo de moralmente correto – parece que, diante de interesses pessoais, muitos fazem questão de se esquecer desse detalhe. Há bons exemplos que confirmam essa verdade: as loterias patrocinadas pelo governo são legais, mas sabemos que são moralmente desqualificadas por Deus – a jogatina, o jogo de azar, é pecado! Atualmente tramita uma lei no Congresso facultado e regulando a profissão de prostituta. Caso essa lei seja sancionada no nosso país ferirá frontalmente os princípios morais revelados pelas Escrituras Sagradas – a prostituição continuará sendo pecado! O que dizer da legalização das drogas? A maconha é ponto de discussão – inclusive muita gente da política e do meio artístico luta para a sua liberação no Brasil! Entretanto, sabemos muito bem que o vício se apresenta na condição de  pecado!

Muito bem! Atualmente tenho recebido bastante consulta sobre a telex free. Pastor, é pecado? Pastor, o crente pode participar? O que o senhor acha sobre isso? O argumento que muitos usam é o da legalidade. Ora, não há proibição!!! É legal!! - justificam. Mas, será que essa prática não se iguala aos exemplos dados acima? Pode ser legal, mas é moralmente correto? Digo mais: Será que a nossa ambição fecham os nossos olhos para a realidade postulada pela Palavra de Deus? Será que essa nova “capa de Acã” desperta o que há de pior no ser humano, a ganância? – não afirmo, apenas quero proporcionar uma reflexão!

Confesso que não sei muito sobre o assunto (e nem tenho tempo para conhecer os meandros desse investimento financeiro), mas gostaria de pontuar algumas observações:

1º PELO QUE OBSERVO MUITOS QUE ESTÃO NA TELEX FREE NÃO PRECISAM DESSES RECURSOS PARA A SUSTENTABILIDADE DO BÁSICO NA SUA VIDA.

 Nesse caso é uma afronta Àquele que é o sustentador e preservador da nossa história nesse mundo. Noto pessoas que já possuem seus empregos com renda fixa. Observo, ainda, que alguns já têm muito nessa terra – fruto do trabalho e competência (bênção de Deus). Porém, mesmo assim, querem mais e mais – SERIA GANÂNCIA?!

Veja o que diz a Bíblia:

Provérbios 30. 7- 9: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra:
Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume;
Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”.
 
 I Timóteo 6. 6-9: De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro,
pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar;
por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.
Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição,

Mateus 6. 11:  O pão nosso de cada dia nos dá hoje”; 

Mateus 6. 19-21: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.


Mateus 6:25-32Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
(Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
 
Chego a seguinte conclusão, abordando esse primeiro ponto:
A busca pelo lucro sem o suor do rosto é, no mínimo, ilusão; pois custa caro! A ganância e a ambição tem sido a tentação de muitos crentes! A petição que diz "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje" tem sido substituída pela astúcia dos que não se submetem ao suficiente cuidado dado diariamente por Deus. O povo de Deus cada dia mais parecido com os ímpios desse mundo.

2º NOTO UMA MUDANÇA RADICAL DE FOCO E INTERESSE: A MOTIVAÇÃO E A PRIORIDADE SE CONCENTRAM NO NEGÓCIO

Já passava das 23 horas. Depois de um longo e cansativo dia, ouve-se um grito de desespero no carro: “Esqueci-me de postar meus anúncios!!!!” O motorista teve que se submeter aos reclames do jovem, e procurar apressadamente uma lan house. Outro caso, uma jovem me procurou frustrada após uma acalorada discussão com a sua irmã. Ambas dividem o mesmo computador em casa. Uma, adepta ao telex free, usurpou completamente o uso do computador, deixando a outra irmã praticamente sem acesso à máquina – a prioridade eram os famigerados anúncios.

Esses exemplos, e tantos outros, notificam que realmente os crentes que são clientes dessa transação financeira vivem na escravidão da sua própria cobiça. E para tal mudam completamente a sua prioridade. Quer uma comprovação dessa verdade? Visite uma página de um usuário do Telex free no Face Book - o que você verá?  Além disso, a maioria dessas pessoas (não todas!!!) só se aproximam das pessoas com a intenção de ganhar alguma vantagem – convidá-las para a sua rede de contato e/ou divulgar o seu menu de anúncios e anúncios.

A Bíblia diz o seguinte:

1 Timóteo 6. 10-11: Pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. 

Mateus 6. 33-34: Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Reflita comigo o seguinte: Já pensou se essas pessoas tivessem o mesmo entusiasmo para pregar e compartilhar o Evangelho que têm para com a telex free? Já imaginou se essas pessoas investissem financeiramente no Reino e em Missões com a mesma motivação que fazem para com a telex free? Infelizmente, não notamos isso!

3º DINHEIRO FÁCIL – ALÉM DE ILUSÃO – NUNCA OBTEVE A APROVAÇÃO E NEM A BÊNÇÃO DE DEUS

O trabalho é um mandamento divino instituído antes da queda de Adão em pecado. Muitos países prosperaram pela ética protestante do trabalho sob o lema de glorificar a Deus em todas as atividades da vida - fazendo dos seus labores profissionais um instrumento de culto a Deus.

Agora, você sabe, o chamariz da Telex Free é auferir lucro fácil, garantido e sem sair de casa - Eis a isca para pegar milhares e milhares de pessoas pela sedução do não esforço, da moleza, do “cair do Céu” (“Perdão, Senhor, pela ofensa” ).  Isso seria compatível com a visão bíblica do trabalho? Creio que não.

O que a Bíblia diz:

Provérbios 10:4: O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece.

Lucas 10:7 : Digno é o obreiro de seu salário.

Provérbios 10:22 :
A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores. 

1 Coríntios 10:31 : Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.

CONCLUSÃO

            Realmente não creio que a força dos meus argumentos seja suficiente para demover os súditos do Telex Free do seu intento obstinado por bens materiais. Espero, porém, que a força do Espírito de Deus imprima os vários versículos apresentados na mente e no coração desses.  Mas, se nada acontecer, é um sinal auto evidente da cauterização das consciências daqueles “cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas”. (Filipenses 3:19-20).


Rev. Naziaseno Cordeiro Torres, VDM

 Fonte: http://www.sacerdotesfieis.blogspot.com.br/2013/06/sobre-telex-free-e-liberdade-do-crente.html