quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cristãos em uma Sociedade de Consumo

John Benton
Se olharmos com atenção a sociedade moderna, perceberemos com clareza a influência que o dinheiro exerce sobre as pessoas, e como a ganância e a cobiça imperam. A sociedade impõe às pessoas um estilo de vida em que acumular bens e correr atrás da prosperidade material é o que conta.

Essa filosofia de vida, ou seja, essa escolha, tem seu preço e traz consequências. Os relacionamentos interpessoais, a família, a ética e a moral, o bom senso e, muitas vezes, os princípios e valores fundamentais são sacrificados porque a ganância por riquezas foi colocada em primeiro lugar.
Mais cedo ou mais tarde, sendo ou não bem-sucedidos no propósito de acumular dinheiro e bens, percebem que estão correndo em vão, atrás de um objetivo vazio. Descobrem que o que realmente buscam é uma vida significativa, relevante, uma vida de contentamento, ou seja, algo que o dinheiro, mesmo com a falsa sensação de poder e segurança que ele proporciona, não pode oferecer. Você quer uma vida relevante, verdadeiramente significativa? Liberte-se da ganância!

Mas, se a vida não consiste na quantidade dos seus bens, então, em que consiste? “Busquem, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça...” (Mateus 6:33). Muitos cristãos, mesmo cientes de que devem buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e viver uma vida cristã autêntica como verdadeiros discípulos de Jesus, facilmente esquecem isso e também colocam a busca por dinheiro e prosperidade material como prioridade das suas vidas, tornando irrelevante e infrutífero o seu testemunho cristão.

O foco da vida de um cristão autêntico deve ser o de não viver para si mesmo, mas para servir aos outros, mostrando-lhes o caminho para a vida eterna; não viver focado nas coisas deste mundo, mas na perspectiva da eternidade. Com isso em mente, é possível compreender, de fato, como ter uma vida de contentamento e lidar com o dinheiro e com as posses materiais conforme a vontade de Deus.

Consumismo é a forma exagerada de materialismo que envolve os nossos cinco sentidos.  Sustenta que a felicidade é alcançada quando se exerce o direito de escolha. Não vai dar tempo de curtir o que você adquiriu porque... "você descobre" mais uma necessidade. O consumismo produziu um impacto forte e negativo nas áreas da ecologia, justiça e espiritualidade. E mina a evangelização. Uma igreja de consumistas não tem uma mensagem salvadora para a sociedade.
Parecemos freqüentemente tão envolvidos e imersos na promessa de felicidade proposta pelo consumismo quanto qualquer outra pessoa. (...) No entanto, a Palavra de Deus nos revela coisas que nos causam desconforto. Nada há de errado com o mundo material, mas os cristãos estão sendo cada vez mais levados a adorar as coisas criadas.
É provável que a nossa alegria esteja alicerçada nas criaturas em vez de firmada no Criador. Muitos que se dizem cristãos estão apenas interessados em um Deus que os encha de "saúde e riqueza" por intermédio dos assim chamados pregadores da Palavra da Fé do evangelho da prosperidade. Muitos de nós se tornaram amantes mais dos prazeres do que de Deus (2Tm 3:4). Isso acontece para a nossa vergonha e nos coloca em risco espiritual.
Mesmo sem a ameaça do mundo tentando fazer com que apostatemos da fé em Cristo e nos oferecendo seus prazeres materiais (...), a causa principal da impotência da igreja cristã nos dias de hoje não é necessariamente os grandes pecados, mas o simples fato de que os cristãos se distraem com o que é trivial, com a infinidade de opções para ocupar o tempo na sociedade de consumo.
Estas coisas talvez não sejam más em si mesmas, talvez não haja nada de errado com certas coisas que podemos comprar, mas o problema é que a nossa vida fica tumultuada e absorvida por coisas, atividades, diversão e tudo o mais que achamos tempo para fazer. Enquanto isso acontece, nosso foco na afirmação "Não terás outros deuses diante de ti" desaparece sem que se perceba.

Nossa vida cristã é contaminada, não necessariamente por grandes corrupções, mas por assuntos triviais. Nas palavras de John Bunyan, nos desviamos na Campina. Em linguagem antiga, nos tornamos mundanos.

O consumismo leva você às compras e diz: "A escolha é sua! Depende de você - se expresse". As escolhas pessoais fazem as pessoas  sentirem-se importantes. É uma forma de auto-afirmação. As coisas que escolho comprar expressam quem eu sou, ou a imagem que quero mostrar aos outros.

Precisamos estar conscientes de que este é o mundo em que vivemos. Enquanto buscamos a liberdade, enquanto estamos engajados neste conflito entre a natureza pecaminosa e o Espírito, precisamos nos conscientizar de que estamos envolvidos neste marasmo geral do consumismo que nos levará a um caminho sem volta.

Não é triste ver que até o cristianismo chega a nós em uma embalagem de consumo? Até a religião nos é vendida. Algumas das grandes conferências evangélicas se ajustam à mentalidade de consumo: há opções de seminários, e matérias, e diferentes estilos de adoração para atender a todo tipo de cultura religiosa. Depois há a área de apresentação e venda. Tudo está disposto como as mercadorias em um grande shopping center.
Todos os livros dos principais oradores chamam a nossa atenção no estande. Todos os discursos e louvores de adoração apresentados na conferência estão instantaneamente disponíveis em fitas de vídeo. São quase vendidos de forma que, por pouco, não pensamos que podemos comprar a espiritualidade se comprarmos estas coisas.

E, mais uma vez, somente algumas empresas cristãs têm permissão para fazer propaganda desses produtos de maneira que possam proteger a parcela de mercado desta livraria ou daquela gravadora. Isso se tornou um grande negócio.
Tudo isso parece tão diferente do espírito cristão das conferências evangélicas de anos atrás, quando a grande ênfase era fazer da convenção um momento de comunhão e encontro com Deus. É óbvio que não sou contra livros cristãos ou fitas evangélicas, mas tudo parece tão centrado no lado comercial que podemos imaginar o que Deus realmente pensa de tudo isso.

Sim, as conferências tinham de ser lugares onde as pessoas pudessem apresentar suas ofertas e tudo mais que fosse necessário para adorar a Deus, mas será que havia necessidade de transformar o templo de Deus em um mercado em vez de uma casa de oração?

A mentalidade consumista não somente deturpou a nossa fé pessoal, como também enfraqueceu a importância das igrejas para a sociedade que está ao seu redor. Preferimos ir atrás do sonho de morar em uma casa bonita. Preferimos morar em um lugar onde podemos comprar uma casa melhor pelo preço que oferecemos. Uma vez que as pessoas optaram por ir "de carro" para a igreja, então as igrejas não estão mais ligadas às suas comunidades locais.
Morando longe do local onde a igreja se reúne, torna-se mais difícil para a congregação  envolver-se em questões sociais e de boas obras que nos foram imputadas por Jesus e pelo evangelho como dever para com a comunidade. Em vez de os cristãos morarem e cultuarem a Deus em seus próprios bairros e sua fé sobreviver em um contexto que naturalmente esteja relacionado à fé e vida, o que ocorre é uma separação.
As pessoas que moram no local onde se situa a igreja apenas vêem muitos carros chegando e saindo aos domingos. As pessoas que moram nos bairros em que os cristãos residem apenas vêem os carros saindo aos domingos e, depois de algum tempo, retornando. Nenhum grupo relaciona a vida dos cristãos ao amor de Deus manifestado por meio do cuidado de sua igreja.
Como dissemos, grande parte deste deslocamento acontece porque há cristãos que vão atrás do que basicamente são valores do consumismo no que se refere à moradia e conforto. Onde está o compromisso com Cristo que não tinha onde reclinar a cabeça? Onde estão os valores do Senhor Jesus que estava preparado para "levar a vida com dificuldade", deixando as glórias do céu, tornando-se um simples carpinteiro e pregando sem rumo para seguir por nos amar e pelo bem do reino de Deus? Os cristãos precisam encarar estes fatos. Formar uma igreja para Deus requer compromisso.

Todos nós agora pensamos no medo do compromisso. Claro que há uma hesitação natural e justa antes de assumirmos um compromisso. É tolice não ter medo. Devemos pensar bem e saber no que estamos nos envolvendo, antes de firmarmos qualquer coisa na vida. Há, portanto, uma preocupação justa sobre o custo de todo compromisso antes de o assumirmos, e o próprio Jesus ressalta este fato.

Em Lc 14:27 ele diz: "E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo". Portanto, ser um verdadeiro discípulo de Jesus tem um custo. Então, ele diz que devemos avaliar o preço: "Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar todos os que a virem zombem dele dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar".
Na realidade, Jesus está dizendo: "Não quero que o mesmo aconteça com vocês. Se estiverem prestes a se tornarem cristãos, parem para pensar cuidadosamente em tudo que isto envolve". É necessário que se faça um cálculo correto. A pessoa tem de se perguntar sobre quanto estas questões são sérias. Ela tem de refletir à luz da eternidade. É necessário o abandono dos prazeres do pecado.
Haverá oposição de todos os tipos quando a proposta é ser um discípulo de Jesus. Há um custo. Contudo, lembre-se de que há um céu a ser conquistado e um inferno a ser evitado. Quando fizer isso e observar o custo, você verá que o preço não é tão alto assim. No entanto, Cristo quer que saibamos o que estamos ganhando com isso.

É necessário que se pense bem na questão de se tornar um cristão. Não há recriminações por parte de Cristo quando há uma hesitação justa. Ele quer que façamos uma reflexão acertada e, à luz da eternidade, um compromisso sério. Feito este compromisso, ele quer que sejamos verdadeiros pelo resto da vida.
 
Que cada um de nós esteja comprometido com Cristo na prática, nos trabalhos de sua igreja, na perseverança para alcançar o reino de Deus, na divulgação do evangelho e na busca em servir uns aos outros em Cristo.

Como os cristãos podem ser diferentes na sociedade de hoje? Como podemos dar um testemunho distintivo da forma como vivemos? (...) Onde foram parar a essência do testemunho e o traço distintivo do estilo de vida do cristão do Ocidente? Além da necessidade de uma pureza de vida em uma cultura em decadência, creio de todo o meu coração que esta questão do contentamento é a essência necessária.
Vivemos na era do consumismo. Há uma preocupação constante em conseguir padrões de vida cada vez mais altos, ainda que a ecologia do planeta sofra danos com isso. Estamos expostos a uma vasta e sofisticada indústria de propaganda que contínua e deliberadamente busca estimular o descontentamento. Ela diz constantemente ao indivíduo: "Você precisa de mais".
Em uma época em que todo o direcionamento da vida das pessoas se volta para a ascensão na vida profissional, aquisição de bens materiais que nunca satisfazem, um cristão ser capaz de dizer "Estou bem assim; não preciso de nada" é um tremendo e maravilhoso choque para o sistema dos não-cristãos. Este é o fator principal. Ser conhecido como alguém que é capaz e, contudo, não tem ambição maior do que estar contente em Deus é tão surpreendente que desperta as pessoas.

É tão chocante quanto ver um apóstolo velho, preso e malcuidado (Paulo), que prega uma religião desprezada, e perceber que ele está completamente em paz e radiante com a alegria celestial, a despeito de todas as circunstâncias. Não é de admirar que as novas do evangelho tenham se espalhado por toda a guarda pretoriana em Roma (Fp 1:13).
Este homem era diferente de todos os prisioneiros que já tinham visto. Eles normalmente estavam mal-humorados e tinham muitas reclamações compreensíveis. Contudo, a cela deste homem era um lugar de alegria. Um coração repleto de alegria em Cristo é o segredo para causar este tipo de impacto em nossos vizinhos e colegas em nossa sociedade de consumo.

Sem dúvida, o contentamento cristão é muito importante também por outras razões. É uma bênção pessoal. "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitos sofrimentos" (1 Tm 6:6-10). 
Mas aqui, simplesmente observemos que é o contentamento que causará um impacto a favor de Cristo. Em contrapartida, ter a preocupação de enriquecer não apenas levará a ter problemas espirituais, como convencerá o mundo de que não somos diferentes dele.

Fomos chamados por Deus. Ele pede que "abandonemos" a sociedade de consumo que tende a dominar as nações e até a igreja do Ocidente.  Temos de ser diferentes no mundo que nos rodeia de várias maneiras. Devemos ser santos. E um ponto importante sobre esta santidade na atual geração é encher o coração do poder que vem de Cristo, que nos dá um contentamento sereno em todas as circunstâncias.
É por meio de Cristo que podemos fazer com que a sociedade desperte e perceba isso. Deus nos desafia para que sejamos visivelmente diferentes. Ele desafia esta geração de cristãos a ser transformada. Ele nos desafia a abandonar a falsa segurança do estilo de vida marcado pela ganância. A igreja de Cristo precisa se libertar dos grilhões do consumismo e, assim, ser capaz de glorificar a Deus aos olhos de um mundo atônito nos anos que estão por vir.


Fonte: Livro- Cristãos em uma Sociedade de Consumo
Autor: John Benton - Editora Cultura Cristã

terça-feira, 22 de maio de 2012

Confundindo Ministério com Palco

Por: Carlos Sider
Imagine o que aconteceria se o apóstolo Paulo considerasse que parte – apenas parte – de seu “sucesso” ministerial fosse devido a sua oratória. Já pensou nos conselhos que daria a Timóteo e Tito, recomendando-lhes que desenvolvessem “uma boa lábia”?
Imagine os resultados se Pedro comentasse com seus companheiros que, modéstia à parte, sua pregação no dia de Pentecostes “foi mesmo um marco na história do evangelismo”. Daria para imaginar Pedro negando-se a  seguir para Antioquia por conta de sua agenda atarefada pelos muitos convites que teria de atender como evangelista?
Imagine o que seria se Davi se vangloriasse de sua performance como músico e poeta. Passaria pela sua cabeça Daví pedindo sua harpa para curar seu primeiro filho com Bathseba, e dizendo que sua música era “tiro-e-queda”, e já que havia sido capaz de acalmar Saul sua música curaria também seu filho?
É verdade que eles foram homens como nós, sujeitos às mesmas paixões e tentações. É até razoável imaginar que eles devem mesmo ter tido seus momentos em que “se acharam” mais do que eram. Não pensar assim  leva-nos a tê-los como super-homens, e isso não nos ajuda em nada. Eles foram gente de carne e osso como eu e você.
Mas tenho para mim que eles se resolveram bem. Eles, cada qual a seu modo, foram trabalhados por Deus, seja por espinhos na carne, seja por galos cantando, seja por filhos rebeldes. Se alguma vez tentaram chamar para si o comando foram confrontados pelo dono da obra.
Agora eu o convido a dar uma volta pelos nossos dias. A cada região para onde sigamos, rapidamente saberemos quem é o pastor da moda, qual é a igreja da moda, e qual é o grupo musical que “é massa”, que arrasta uma pequena multidão por onde vá se apresentar.

E entenda-se: pastor bom é pastor que prega bem, não aquele que cuida de almas; igreja da moda é igreja grande, com uma programação bem legal, não uma igreja que necessariamente viva  Cristo; e o tal grupo musical é um bom “contratipo gospel” das bandas que tocam nas rádios, pouco importando a vida que tenham.
São ministérios? Sim, são. Sérios? Podem ser, dependendo da seriedade dos ministros. Mas são ministérios que estão sob os holofotes.
Ah... e onde estão os ministérios de visitação aos doentes, os de oração, os de serviço, os de cuidado pastoral? Estão onde sempre estiveram – no coração de seus ministros e, via-de-regra, longe da vista do público, longe dos holofotes.
Mas qual deles está mais perto do coração de Deus?
Eu já aprendí - creia-me, a duras penas - que Deus não tem ministérios preferenciais. São todos necessários e Ele os distribui como quer, a quem quer, da forma e na hora em que deseja. E também aprendí – a ainda mais duras penas – que Deus não está “nem aí” para os ministérios, mas está “todo aqui” para com o coração do ministro.

Deus se relaciona conosco, não com nossos ministérios, afinal, convenhamos, Ele nem precisaria de nós para fazer o que deseja. Se nos usa é porque investe em nós, seus filhos, sua família.
E quando falo das “duras penas” é porque justamente meu ministério sempre foi um desses que chamo de “ministérios de palco”. Desde que me conheço por gente estou envolvido com música, com letras de música, com o uso da palavra, seja escrita, falada ou cantada. É assim que Deus me usa para falar das Suas coisas.
Costumo dizer que os “ministérios de palco” trazem a quem com eles se envolve  um desafio sempre presente, grande e constante: o de separar o ministério do palco, embora ele aconteça justamente lá, no palco.
É de um palco que o pastor prega, é de um palco que alguém canta e toca. E vale lembrar que o palco não é nada. O que o faz maior ou melhor não é seu tamanho, sua altura, sua acústica ou a qualidade do microfone que lhe dão.

Pouco importa se é um palco de verdade ou um Cd gravado, um espaço na internet, um livro publicado, ou algum outro tipo de “palanque”. O que lhe dá importância e peso é a arena – o público que se reúne em torno dele.
Alguma igreja tem batalhões de jovens querendo se envolver no ministério de oração? Dúzias de pessoas dispostas a visitar doentes no hospital? Dezenas de pessoas dispostas a fazer parte da escala de serviço, que inclui varrer chão, lavar louça, fazer café, carregar cadeiras? Gostaria de conhecer uma...
Mas sou capaz de adivinhar que sua igreja tem um verdadeiro batalhão de pessoas querendo se envolver no ministério de louvor (leia-se, querendo tocar ou cantar em uma das bandas). Acertei? É mesmo?
Palco. Arena. Público. Estar em evidência. Ser admirado. Dar um show. Mostrar capacidade.
Quem não quer?
Deus não quer!
Ele quer que o coração de quem está no palco seja o mesmo coração de quem chega duas horas antes de todos para sozinho arrumar as cadeiras. Quer o mesmo coração de quem abraça um mendigo para lhe transmitir carinho da parte de Deus.
Este é o desafio. Estar no palco como quem faz uma visita solitária no hospital. Onde, por vezes, só Deus é testemunha. Pois Deus é o único público que realmente importa agradar. Estar no palco como quem está lá com o salão vazio, sem arena humana, mas com a presença do “público de Um”. Com o devido e desejado endosso divino.
Quem canta bem ouve elogios do público? Ouve. Quem prega ouve comentários positivos das pessoas de como sua mensagem foi eficaz? Ouve. Quem toca e canta bem é chamado para gravar um CD? É, mais cedo ou mais tarde. Estes são os frutos do palco. São bons. São deliciosos! Mas duram pouco, muito pouco. E costumam não vir quando você os procura (e Deus sempre tem algo a ver com isso).
Entretanto, quem toca e canta bem, quem prega bem, estando no palco mas com o coração aos pés da cruz, ouve elogios de Deus. Segue ouvindo elogios e comentários do público, é certo, mas aprende a devolvê-los a Quem pertencem de direito: a Deus – o dono da obra.

E Ele administra os frutos do ministério, dando-nos a conhecer, de vez em quando, algo do que anda fazendo através de nós. É bom, é delicioso, muito mais do que os frutos do palco. Os frutos do ministério são eternos.
E você me pergunta se aprendi a fazer isso? Se na teoria sim, na prática sigo tentando, praticando. É duro. É difícil. Creio que não é algo como um obstáculo que se vence e jamais o vemos. Creio que é vencer o de hoje, pois os de amanhã estão logo à frente, passada aquela curva... basta um pouco de distração e...
Quem ama o palco e lhe dá o nome de ministério está brincando com fogo. Na melhor das hipóteses o fará por suas próprias forças. E cedo ou tarde experimentará o peso da mão do dono dos ministérios.
Mas quem de fato ama a Deus e dEle recebe um ministério, seja ele de palco ou dos bastidores (pois pouco importa), segue na maravilhosa e eterna estrada onde caminha quem agrada a Deus e é usado por Ele.

Carlos Sider
Tem desenvolvido seu ministério há 30 anos na área de música cristã, seja em composição, gravações, palestras e cursos.

sábado, 12 de maio de 2012

Mães Intercessoras - Hernandes Dias Lopes

Hernandes Dias Lopes fala sobre mães intercessoras. E como, nesta data comemorativa do Dia das Mães, somos gratos por mães, como Lóide e Eunice, que nos ensinaram nos caminhos do Senhor, nos tornando sábios para a salvação.
Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. [...] E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. (2 Timóteo 1:5; 3:15)




Fonte:http://voltemosaoevangelho.com

terça-feira, 1 de maio de 2012

Jen Smidt – Uma esposa excelente é forjada, não encontrada



“Uma mulher excelente, quem a pode achar? Ela é muito mais preciosa do que jóias.”
(Provérbios 31.10)


Eu frequentemente penso que meu marido não encontrou uma esposa excelente. Quando ele me diz que ultimamente tenho falhado com ele, exagerando nas minhas reações e entrando desnecessariamente em crise, eu me sinto desencorajada com minha falta de excelência. Minha impaciência e desrespeito o têm envergonhado em várias situações.
Meu coração prático e direcionado para a performance tenta se consertar fazendo uma lista: Uma esposa excelente cozinha com comida orgânica (não com gorduras saturadas), costura suas próprias roupas (ou pelo menos passa as camisas do marido!), fala apenas palavras transbordantes de graça (e não com sarcasmo) e lê sua Bíblia por horas a fio (tudo bem, minutos?!).
Essa lista traz mais condenação; evidência concreta de que eu não posso ser uma esposa excelente por minhas próprias forças.

FORJADA, NÃO ENCONTRADA

Embora todos essas coisas possam ser sinais de excelência, elas definitivamente não são exigências. Indo para as Escrituras para ser confortada e convencida, eu sou lembrada: Uma excelente esposa é forjada, não encontrada. Nenhum homem sai para encontrar e casar com uma mulher que é uma pura perfeição de esposa. Na verdade, nenhum homem ainda sabe o que é isso!
“É o caráter de Deus, e não o de nossos maridos, que pode ser plena e firmemente confiado. Nossa identidade central deve estar ancorada somente em Cristo.”
Uma mulher piedosa se torna uma esposa excelente à medida que entende que é feita à imagem de Deus, re-feita à imagem de Cristo, e formada ao longo de uma vida de arrependimento e redenção. A excelência não é medida por uma lista de tarefas; é manifestada na vida de uma esposa que conhece a Jesus intimamente.

TRAZENDO VERGONHA

“Uma esposa excelente é a coroa de seu marido, mas aquela que traz vergonha é como podridão nos seus ossos.” (Provérbios 12.4)
Quando eu humildemente e honestamente penso nas vezes em que eu trago vergonha ao meu marido, a sua destruição me traz à realidade. Se eu trago podridão aos ossos dele, então os meus já estão se desintegrando em falta de fé e amargura. Nós trazemos vergonha como esposas quando nós:
1. Nos focamos no pecado do nosso marido;
2. Pensamos que nosso jeito é o melhor, priorizando a nós mesmas sobre ele;
3. Falamos duramente a ele ou pejorativamente sobre ele com outra pessoa;
4. Negamos benção, oração, sexo ou algum tipo de encorajamento em uma tentativa de punir, manipular, ou “passar uma mensagem”;
A esposa que traz vergonha ao seu marido é a filha que não conhece e confia verdadeiramente no seu Pai Celestial.
Se a identidade da esposa está centrada ao redor do seu homem, ela com certeza lhe dará vergonha quando ele lhe desapontar – o que ele inevitavelmente fará. É o caráter de Deus, e não o de nossos maridos, que pode ser completamente e firmemente confiado. Nossa identidade central deve estar ancorada em Cristo apenas.

FEITA PRECIOSA POR JESUS

Nós somos feitas preciosas por Jesus. Essa transformação do coração é a base para qualquer preciosidade que nosso marido experimente em nós. Não é o que nós fazemos, mas o que nosso precioso Salvador fez por nós que graciosamente nos dá o poder para sermos esposas excelentes. Não temos esperança em nós mesmas.
“A excelência não é medida por uma lista de tarefas; ela é manifesta na vida de uma esposa que conhece Jesus intimamente.”
Uma esposa piedosa entende que ela não é nada fora da graça salvadora de Jesus Cristo e que ela não tem excelência fora dEle. A graça e o amor de Cristo são preciosos para ela. Impulsionada por Suas riquezas, ela se tornará uma gloriosa coroa para seu marido, ajudando, nutrindo e amando-o através das profundezas da justiça de Cristo nela.
É necessária uma cerimônia de 10 minutos para se tornar uma esposa. É necessária toda uma vida para se tornar uma esposa excelente – uma que entenda que o sangue de Cristo derramado na cruz é necessário para que ofereçamos excelências a nossos maridos.

Por: Jen Smidt | © 2012 Resurgence | theresurgence.com
Fonte e Tradução: voltemosaoevangelho.com