quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Os Testes do Amor a Deus [ 2/6] -Thomas Watson

4. Magnanimidade
Um outro fruto do amor é magnanimidade. O amor é valoroso, ele transforma a covardia em coragem. O amor faz com que alguém se aventure pelas maiores dificuldades e perigos. A medrosa galinha voa contra um cachorro ou uma serpente para defender os seus pintinhos. O amor infunde um espírito de bravura e firmeza no cristão. Aquele que ama a Deus permanecerá firme por Sua causa e será um defensor Dele. “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). Aquele que é temeroso de confessar a Cristo não tem senão um pequeno amor a Ele. Nicodemos veio furtivamente a Cristo, à noite (Jo 3.2). Ele estava temeroso de ser visto com Ele à luz do dia. O amor lança fora o medo. Assim como o sol dissipa neblinas e vapores, assim o amor divino em uma grande medida dissipa o temor carnal. Acaso ama a Deus aquele que consegue ouvir Suas benditas verdades serem desafiadas e permanecer em silêncio? Aquele que ama o seu amigo permanece firme em seu favor e o defende quando ele é envergonhado. Acaso Cristo se apresenta em nosso favor nos céus, e nós temeremos apresentar-nos em Seu favor na terra? O amor impulsiona um cristão, ele incendeia o seu coração com zelo e o fortalece com coragem.
5. Sensibilidade
O quinto fruto do amor é sensibilidade. Se nós amamos a Deus, os nossos corações sofrem diante da desonra a Deus provocada pelos homens ímpios. Ver não apenas as represas da religião, mas também da moralidade, serem demolidas, e uma torrente de impiedade se aproximando; ver os sabbaths de Deus profanados, Seus juramentos violados, Seu nome desonrado; se há algum amor a Deus em nós, deveríamos preocupar-nos profundamente com essas coisas. A alma justa de Ló estava afligida “pelo procedimento libertino daqueles insubordinados” (2Pe 2.7). Os pecados de Sodoma eram como muitas lanças perfurando a sua alma. Quão distantes estão de amarem a Deus aqueles que de modo algum são afetados com a Sua desonra? Se eles têm tão somente paz e negócios, nada lhes causa preocupação. Um homem que está completamente bêbado jamais se alarma ou é afetado, ainda que outro homem esteja sangrando de morte ao seu lado; assim também, muitos, estando embriagados com o vinho da prosperidade, não são afetados quando a honra de Deus é golpeada e Suas verdades estão sangrando. Se os homens amassem a Deus, eles se afligiriam ao ver Sua glória sofrendo e a própria religião tornando-se um mártir.
6. Ódio contra o pecado
O sexto fruto do amor é o ódio contra o pecado. O fogo expurga as impurezas do metal. O fogo do amor expurga o pecado. “Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos?” (Os 14.8, ARC). Aquele que ama a Deus não terá qualquer envolvimento com o pecado, senão para fazer guerra contra ele. O pecado atinge não apenas a honra de Deus, mas o Seu ser. Acaso ama o seu soberano aquele que abriga um traidor da coroa? Acaso é um amigo de Deus aquele que ama o que Deus odeia? O amor de Deus e o amor do mundo não podem habitar no mesmo lugar. As afeições não podem caminhar para duas direções contrárias ao mesmo tempo. Um homem não pode amar a saúde e amar também o veneno; assim ninguém pode amar a Deus e também o pecado. Aquele que tolera qualquer pecado secreto em seu coração está tão distante de amar a Deus quanto o céu e a terra distam um do outro. 

Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson 

sábado, 8 de setembro de 2012

Se eu tiver fé, poderei fazer mais milagres do que Jesus? DITOS DIFÍCEIS DE JESUS - IV


Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (João 14.12).


Jesus fez esta promessa aos seus discípulos na noite em que foi traído, antes de ir com eles para o Getsêmani, durante o jantar em que instituiu a Ceia. O Senhor falou que iria para o Pai preparar lugar para os discípulos (Jo 14.1-4), e em seguida explicou como eles chegariam lá (14.5-6). Respondendo ao pedido de Filipe para que lhes mostrasse o Pai, Jesus explica que Ele está de tal forma unido ao Pai, que vê-lo é ver o Pai (14.7-9). E como prova de que Ele está no Pai e o Pai está nEle, Jesus aponta para as obras que realizou (14.10-11). E em seguida, faz esta promessa, “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12).
Este dito de Jesus é difícil porque parece prometer que seus discípulos seriam capazes de realizar os milagres que Ele realizou, e até mesmo maiores, se somente cressem nEle – e pelo que lemos no livro de Atos e na história da Igreja, esta promessa não parece ter-se cumprido. Compreender o real sentido desta passagem tem se tornado ainda mais crucial pois ela tem sido usada, após o surgimento do movimento pentecostal e seus desdobramentos, para defender modernas manifestações miraculosas, iguais e maiores dos que as efetuadas pelo próprio Jesus Cristo.
Há duas principais tentativas de interpretar este dito de Jesus:

1. As “obras” são os milagres físicos realizados por Jesus
A interpretação popular e mais comum, aceita pela maioria dos evangélicos no Brasil (esta maioria, por sua vez, é composta na maior parte por pentecostais e neopentecostais), é que Jesus realmente prometeu que seus discípulos seriam capazes de realizar os mesmos milagres que Ele realizou, e mesmo maiores. É importante notar que muitos membros de igrejas históricas, como presbiterianos, batistas, congregacionais e episcopais, entre outros, também foram influenciados por este ponto de vista. Nesta interpretação, a palavra “obras” é entendida exclusivamente como se referindo aos milagres físicos que Jesus realizou, como curas, exorcismos e ressurreição de mortos. Os adeptos desta interpretação entendem que existem hoje pastores, obreiros e crentes com capacidade para realizar os mesmos milagres de Jesus – e até maiores. Defendem que curas, visões, revelações e de outras atividades miraculosas estão acontecendo no seio de determinadas igrejas nos dias de hoje, exatamente como aconteceram nos dias de Jesus e dos apóstolos. E desta perspectiva, se uma igreja evangélica não realiza estes sinais e prodígios, significa que ela é fria, morta, sem fé viva em Jesus.
Apesar desta interpretação parecer piedosa e cheia de fé (e é por isto que muitos a aceitam), tem algumas dificuldades óbvias.
Primeira, apesar dos milagres que realizaram, nem os apóstolos, que foram os cristãos mais próximos desta promessa, parecem ter suplantado aqueles de Jesus, em número e em natureza. Jesus andou sobre as águas, transformou água em vinho, acalmou tempestades e suas curas, segundo os Evangelhos, atingiram multidões. Não nos parece que os apóstolos, conforme temos no livro de Atos, suplantaram o Mestre neste ponto.
Segundo, a História da Igreja não registra, após o período apostólico, a existência de homens que tivessem os mesmos dons miraculosos dos apóstolos e que tenham realizado milagres ao menos parecidos com os de Jesus. Na verdade, os grandes homens de Deus na História da Igreja nunca realizaram feitos miraculosos desta monta, como Agostinho, Lutero, Wycliffe, Calvino, Bunyan, Spurgeon, Moody, Lloyd-Jones, e muitos outros. Os pregadores pentecostais que afirmam ser capazes de realizar milagres semelhantes, e ainda maiores, não têm um ministério de cura e milagres consistente e ao menos semelhantes aos de Jesus. O famoso John Wimber, um dos maiores defensores das curas modernas, morreu de câncer na garganta. Antes de morrer, confessou que nunca conseguiu curar uma criança com problemas mentais, e nem conhecia ninguém que o tivesse feito.  Os cultos de cura de determinadas igrejas neopentecostais alegam milagres que são de difícil comprovação.
Terceiro, esta interpretação deixa sem explicação o resto da frase de Jesus: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12).
E por último, esta interpretação implica que os cristãos que não fizeram os mesmos milagres que Jesus fez não tiveram fé suficiente, e assim, coloca na categoria de crentes “frios” os grandes vultos da História da Igreja e milhões de cristãos que nunca ressuscitaram um morto ou curaram uma doença.
Esclareço que não estou dizendo que Deus não faz milagres hoje. Creio que Ele faz, sim. Creio que Ele é poderoso para agir de forma sobrenatural neste mundo e que Ele faz isto constantemente. O que estou questionando é a interpretação desta passagem que afirma que se tivermos fé faremos milagres maiores do que aqueles realizados por Jesus.

2. As “obras” se referem ao avanço do Reino de Deus no mundo
A outra interpretação entende que Jesus se referia obra de salvação de pecadores, na qual, obviamente, milagres poderiam ocorrer. Os principais argumentos em favor desta interpretação são estes:

A. A expressão “quem crê em mim” é usada consistentemente no Evangelho de João para se referir ao crente em geral, em contraste com o mundo que não crê.

Examine as passagens abaixo:
Jo 6:35  Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.
Jo 6:47  Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
Jo 11:25-26  Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
Jo 12:46  Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.

Fica claro pelas passagens acima que aqueles que crêem em Jesus são os crentes em geral, e que a fé em questão é a fé salvadora. Por analogia, a expressão “quem crê em mim” em João 14.12 também se refere a todo crente, e não àqueles que teriam uma fé tão forte que seriam capazes de exercer o mesmo poder de Jesus em realizar milagres – e até suplantá-lo!

B. O termo “obras” referindo-se às atividades de Jesus, é usado no Evangelho de João para se referir a tudo aquilo que Ele fez, conforme determinado pelo Pai, para mostrar Sua divindade, para salvar pecadores e para glorificar ao Pai.
Veja estas passagens: Jo 4:34; 5:20,36;  6:28,29; 7:3; 9:3,4; 10:25,32,33,37,38; 14:10,11; 14:12; 15:24; 17:4.
O termo “obras” não se refere exclusivamente aos milagres de Jesus, muito embora em algumas ocorrências os inclua. No contexto da passagem que estamos examinando, Jesus usa o termo “obras” para se referir às palavras que Ele tem falado: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (Jo 14.10). É evidente, portanto, que não se pode entender o termo “obras” em Jo 14.12 como se referindo exclusivamente aos milagres físicos realizados por Jesus. O termo é muito mais abrangente e se refere à sua toda atividade terrena realizada com o fim de salvar pecadores: palavras, atitudes e, sem dúvida, milagres.

C. A frase “porque eu vou para junto do Pai” fornece a chave para entender este dito difícil.
Enquanto Jesus estava neste mundo, sua ação salvadora era limitada pela sua presença física. Seu retorno à presença do Pai significava a expansão ilimitada do Reino pelo mundo através do trabalho dos discípulos, começando em Jerusalém e até os confins da terra. Como vimos, as “obras” que Ele realizou não se limitavam apenas aos milagres físicos, mas incluíam a influência dos mesmos nas pessoas e a pregação do Reino efetuada por Jesus. Estas obras, porém, estavam limitadas pela Sua presença física em apenas um único lugar ao mesmo tempo. As “obras maiores” a ser realizadas pelos que crêem devem ser entendidas deste ponto de vista: os discípulos, através da pregação da Palavra no mundo todo, suplantaram em muito a área de atuação e influência do Senhor Jesus, quando encarnado.

Adotar a interpretação acima não significa dizer que milagres não acontecem mais hoje. Estou convencido de que eles acontecem e que estão implícitos neste dito do Senhor Jesus. Entretanto, eles ocorrem como parte da obra de expansão do Reino, que é a obra maior realizada pela Igreja.
O dito de Jesus, portanto, não está prometendo que qualquer crente que tenha fé suficiente será capaz de realizar os mesmos milagres que Jesus realizou e ainda maiores – a Escritura, a História e a realidade cotidiana estão aí para contestar esta interpretação – e sim que a Igreja seria capaz de avançar o Reino de Deus de uma forma que em muito suplantaria o que Jesus fez em seu ministério terreno. Os milagres certamente estariam e estão presentes, não como algo que sempre deve acontecer, dependendo da fé de alguns, e não por mãos de pretensos apóstolos e obreiros superpoderosos, mas como resposta do Cristo exaltado e glorificado às orações de seu povo.
 
Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Fonte:http://emquepensar.blogspot.com.br/
Fonte original: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/08/se-eu-tiver-fe-poderei-fazer-mais.html


terça-feira, 4 de setembro de 2012

9 Sugestões para Estimular o Evangelismo



 No Curso Fiel de Liderança, (mês de agosto/2012), Mike McKinley falou sobre Evangelismo. Em uma das palestras, ele nos alertou mostrando sete desculpas que costumamos dar para não evangelizarmos. O blog Voltemos Ao Evangelho fez um resumo delas (confira aqui). Contudo, devido ao cronograma, McKinley não conseguiu terminar sua palestra, onde ele iria dar nove sugestões para estimular o evangelismo.

Confira as relevantes sugestões!

1) Arrependa-se

Você precisa se arrepender da sua infidelidade no evangelismo, confessar a Deus a verdade sobre seu egoísmo, preguiça ou medo e se alegrar no Evangelho que lhe promete o perdão dos pecados.

2) Ore

Este é um ótimo lugar para começar. Ore para que Deus conceda oportunidades para conversar com incrédulos em seu trabalho. Ore para que Deus faça florescer as sementes do Evangelho que você plantou em sua família e em seus amigos. Lembre-se que não convertemos ninguém. Não temos este poder. Deus é quem converte. Então, precisamos nos achegar a Deus, em nossa fraqueza, pedindo que Ele glorifique seu nome e, em misericórdia, salve pecadores.

3) Planeje

Uma dica simples e prática. Lembre-se que o evangelismo não acontece por acidente. Faça um plano. Peça ajuda a um amigo e preste contas a ele. Pela causa do evangelho, sente-se com sua esposa, pense em sua vizinhança e faça planos para construir relacionamentos com uma família que vive perto.

4) Pare de dar desculpas

Você pode ser a única testemunha de Cristo que algumas pessoas terão na vida inteira. Cuidado para não esconder debaixo da tentativa de “ser educado” um coração covarde. Não negue sua responsabilidade.

5) Arrisque

Obedeça a Deus mesmo quando você tem certeza de que não irão ouvi-lo. Tome passos pequenos de obediência, como convidar um amigo para uma reunião ou entregar um livro ou compartilhar um testemunho… algo que possa gerar uma oportunidade para você compartilhar o evangelho.

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6) Procure por oportunidades

Use, pelo dia, as lentes do evangelho. Em minha experiência, quando estou orando sobre evangelismo eu fico mais atento à oportunidades evangelísticas e, de repente, as conversas aleatórias do dia a dia (conversar com alguém no ponto de ônibus, no elevador, no cafezinho) deixam de ser aleatórias. Elas parecem se tornar respostas de oração e oportunidades de compartilhar a Cristo. Então, procure pelas portas que Deus tem aberto para você.

7) Decida amar as pessoas mais que sua própria reputação

A dica já explica tudo. Ore para que Deus faça isso em sua vida, senão você só evangelizará quando se sentir “100% seguro”.

8) Tema

Tememos aos homens, mas não deveríamos. O que nos falta é um termo apropriado do Senhor. O que escolheremos: nossa reputação com nossos companheiros de trabalho ou nossa fidelidade ao Senhor? Deus é nosso Criador, Juiz e Redentor. Ele merece total comprometimento e obediência. Nenhum ser humano deveria nos fazer temer quando vivemos nossas vidas diante de um Deus santo e amoroso.

9) Considere

Considere a Cristo (Hebreus 12:3) – o que Deus fez em Cristo Jesus e o custo que Ele pagou. Quando não fazemos isso perdemos nossa perspectiva evangelística – nossos corações esfriam, nossas mentes se distraem e nossos lábios se calam. Lembremos que o que está em jogo no evangelismo é primariamente a glória de Deus. Quando nos silenciamos, falhamos em dar a glória que Lhe é devida. Mas quando nossos corações estão transbordando do conhecimento da glória de Deus em Cristo, nossas bocas falarão deste transbordar.

Fonte: http://www.blogfiel.com.br
Observação: Com adaptação