4. Magnanimidade
Um outro fruto do amor é magnanimidade. O
amor é valoroso, ele transforma a covardia em coragem. O amor faz com
que alguém se aventure pelas maiores dificuldades e perigos. A medrosa
galinha voa contra um cachorro ou uma serpente para defender os seus
pintinhos. O amor infunde um espírito de bravura e firmeza no cristão.
Aquele que ama a Deus permanecerá firme por Sua causa e será um defensor
Dele. “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”
(At 4.20). Aquele que é temeroso de confessar a Cristo não tem senão um
pequeno amor a Ele. Nicodemos veio furtivamente a Cristo, à noite (Jo
3.2). Ele estava temeroso de ser visto com Ele à luz do dia. O amor
lança fora o medo. Assim como o sol dissipa neblinas e vapores, assim o
amor divino em uma grande medida dissipa o temor carnal. Acaso ama a
Deus aquele que consegue ouvir Suas benditas verdades serem desafiadas e
permanecer em silêncio? Aquele que ama o seu amigo permanece firme em
seu favor e o defende quando ele é envergonhado. Acaso Cristo se
apresenta em nosso favor nos céus, e nós temeremos apresentar-nos em Seu
favor na terra? O amor impulsiona um cristão, ele incendeia o seu
coração com zelo e o fortalece com coragem.
5. Sensibilidade
O quinto fruto do amor é sensibilidade.
Se nós amamos a Deus, os nossos corações sofrem diante da desonra a Deus
provocada pelos homens ímpios. Ver não apenas as represas da religião,
mas também da moralidade, serem demolidas, e uma torrente de impiedade
se aproximando; ver os sabbaths de Deus profanados, Seus
juramentos violados, Seu nome desonrado; se há algum amor a Deus em nós,
deveríamos preocupar-nos profundamente com essas coisas. A alma justa
de Ló estava afligida “pelo procedimento libertino daqueles insubordinados”
(2Pe 2.7). Os pecados de Sodoma eram como muitas lanças perfurando a
sua alma. Quão distantes estão de amarem a Deus aqueles que de modo
algum são afetados com a Sua desonra? Se eles têm tão somente paz e
negócios, nada lhes causa preocupação. Um homem que está completamente
bêbado jamais se alarma ou é afetado, ainda que outro homem esteja
sangrando de morte ao seu lado; assim também, muitos, estando
embriagados com o vinho da prosperidade, não são afetados quando a honra
de Deus é golpeada e Suas verdades estão sangrando. Se os homens
amassem a Deus, eles se afligiriam ao ver Sua glória sofrendo e a
própria religião tornando-se um mártir.
6. Ódio contra o pecado
O sexto fruto do amor é o ódio contra o pecado. O fogo expurga as impurezas do metal. O fogo do amor expurga o pecado. “Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos?”
(Os 14.8, ARC). Aquele que ama a Deus não terá qualquer envolvimento
com o pecado, senão para fazer guerra contra ele. O pecado atinge não
apenas a honra de Deus, mas o Seu ser. Acaso ama o seu soberano aquele
que abriga um traidor da coroa? Acaso é um amigo de Deus aquele que ama o
que Deus odeia? O amor de Deus e o amor do mundo não podem habitar no
mesmo lugar. As afeições não podem caminhar para duas direções
contrárias ao mesmo tempo. Um homem não pode amar a saúde e amar também o
veneno; assim ninguém pode amar a Deus e também o pecado. Aquele que
tolera qualquer pecado secreto em seu coração está tão distante de amar a
Deus quanto o céu e a terra distam um do outro.
Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson
Tradução: voltemosaoevangelho.com
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