Jerram Barrs, em seu livro “A Essência da Evangelização” (Editora Cultura Crtistã) demonstra que, em geral, somos relutantes para pregar o evangelho às pessoas. É fácil perceber isso. Procure se lembrar agora da última vez em que a igreja foi convocada a evangelizar o bairro. Quantas pessoas participaram? Qual a porcentagem da igreja que se envolveu no projeto? Procure se lembrar de quando foi oferecido curso de evangelismo na igreja. Quantas pessoas mostraram interesse? Apenas uns quatro ou cinco. Isso é ou não é relutância?
O nosso problema é que nossa relutância não combina com a natureza das
obras de Deus para alcançar os pecadores. Deus não é relutante em
perdoar pecados e em salvar pecadores aos quais ele amou soberanamente.
Ele, pela sua graça, escolheu, antes da fundação do mundo, os alvos de
seu bem-querer, enviou seu Filho para morrer no lugar deles, enviou o
Espírito Santo para, em ocasião própria, chamar de forma eficaz os seus
amados das trevas para a luz, derrotou o inimigo que antes escravizava e
consumará a obra de salvação no último dia para o louvor da glória da
sua graça, ressuscitando os que já partiram com Cristo e transformando
os que estiverem vivos quando Jesus voltar.
Deus não é relutante, mas a igreja o é. Quando Jesus ascendeu às
alturas, disse que os discípulos seriam suas testemunhas em Jerusalém,
na Judéia, em Samaria e até os confins da terra (At 1.8). No entanto, a
igreja só se espalhou quando ocorreu a dispersão em consequência da
terrível perseguição chefiada por Saulo. Assim o evangelho chegou a
Samaria e outras partes do mundo. Mas por que precisaram de uma
perseguição para sair pregando o evangelho? Bastava obedecer à ordem de
Cristo. Deus não é relutante em espalhar a mensagem do evangelho. Você
já reparou como o Senhor conduziu cada passo de Filipe até que ele
pregasse ao eunuco? (At 8.26,27). O problema a igreja de Jerusalém
naqueles dias é o mesmo do nosso hoje: a relutância em pregar, talvez
por timidez, vergonha, tipo de personalidade, culpa paralisante, mas a
razão verdadeira é que somos pecadores e sujeitos a esse tipo de torpor
espiritual. Deus não quer que sejamos relutantes no cumprimento da sua
missão de encher a terra com a sua glória.
É hora de percebermos que a relutância em evangelizar é absolutamente
incompatível com a graça do evangelho! Pensemos na beleza do evangelho.
Ele é o poder de Deus em operação para a salvação de todo o que crer,
independente da nacionalidade. É Deus tomando a iniciativa de ir atrás
do pecador morto em seus pecados e incapaz de se aproximar, envolvendo-o
com seu Espírito vivificador, que lhe dá compreensão da magnitude da
obra redentiva realizada por Cristo na cruz do Calvário. Poder
participar do processo de salvação de uma pessoa é um privilégio! Então
não sejamos relutantes. Sejamos prontos a atender ao mandamento do
Senhor de sermos sal e luz neste mundo mergulhado em trevas e sem
sentido. Ore, use a Bíblia, seja claro ao dizer o que Deus fez para nos
salvar do juízo, ajude seu próximo a refletir sobre sua vida com Deus,
use a sua maneira de viver como testemunho poderoso da obra de Deus.
Concluindo, longe de nós a relutância para evangelizar. Preguemos, não
movidos por sentimento de culpa ou por constrangimento, mas pela alegria
de ser cristão, que é a melhor coisa do mundo. Sejamos relutantes, mas
apenas em desobedecer a Deus. Que a sua graça esteja sempre sobre nós!
Pr. Charles
Fonte: http://bibliacomisso.blogspot.com.br/