sábado, 24 de novembro de 2012

Por que Relutamos em Pregar o Evangelho?



Jerram Barrs, em seu livro “A Essência da Evangelização” (Editora Cultura Crtistã) demonstra que, em geral, somos relutantes para pregar o evangelho às pessoas. É fácil perceber isso. Procure se lembrar agora da última vez em que a igreja foi convocada a evangelizar o bairro. Quantas pessoas participaram? Qual a porcentagem da igreja que se envolveu no projeto? Procure se lembrar de quando foi oferecido curso de evangelismo na igreja. Quantas pessoas mostraram interesse? Apenas uns quatro ou cinco. Isso é ou não é relutância?

O nosso problema é que nossa relutância não combina com a natureza das obras de Deus para alcançar os pecadores. Deus não é relutante em perdoar pecados e em salvar pecadores aos quais ele amou soberanamente. Ele, pela sua graça, escolheu, antes da fundação do mundo, os alvos de seu bem-querer, enviou seu Filho para morrer no lugar deles, enviou o Espírito Santo para, em ocasião própria, chamar de forma eficaz os seus amados das trevas para a luz, derrotou o inimigo que antes escravizava e consumará a obra de salvação no último dia para o louvor da glória da sua graça, ressuscitando os que já partiram com Cristo e transformando os que estiverem vivos quando Jesus voltar.

Deus não é relutante, mas a igreja o é. Quando Jesus ascendeu às alturas, disse que os discípulos seriam suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia, em Samaria e até os confins da terra (At 1.8). No entanto, a igreja só se espalhou quando ocorreu a dispersão em consequência da terrível perseguição chefiada por Saulo. Assim o evangelho chegou a Samaria e outras partes do mundo. Mas por que precisaram de uma perseguição para sair pregando o evangelho? Bastava obedecer à ordem de Cristo. Deus não é relutante em espalhar a mensagem do evangelho. Você já reparou como o Senhor conduziu cada passo de Filipe até que ele pregasse ao eunuco? (At 8.26,27). O problema a igreja de Jerusalém naqueles dias é o mesmo do nosso hoje: a relutância em pregar, talvez por timidez, vergonha, tipo de personalidade, culpa paralisante, mas a razão verdadeira é que somos pecadores e sujeitos a esse tipo de torpor espiritual. Deus não quer que sejamos relutantes no cumprimento da sua missão de encher a terra com a sua glória.

É hora de percebermos que a relutância em evangelizar é absolutamente incompatível com a graça do evangelho! Pensemos na beleza do evangelho. Ele é o poder de Deus em operação para a salvação de todo o que crer, independente da nacionalidade. É Deus tomando a iniciativa de ir atrás do pecador morto em seus pecados e incapaz de se aproximar, envolvendo-o com seu Espírito vivificador, que lhe dá compreensão da magnitude da obra redentiva realizada por Cristo na cruz do Calvário. Poder participar do processo de salvação de uma pessoa é um privilégio! Então não sejamos relutantes. Sejamos prontos a atender ao mandamento do Senhor de sermos sal e luz neste mundo mergulhado em trevas e sem sentido. Ore, use a Bíblia, seja claro ao dizer o que Deus fez para nos salvar do juízo, ajude seu próximo a refletir sobre sua vida com Deus, use a sua maneira de viver como testemunho poderoso da obra de Deus.

Concluindo, longe de nós a relutância para evangelizar. Preguemos, não movidos por sentimento de culpa ou por constrangimento, mas pela alegria de ser cristão, que é a melhor coisa do mundo. Sejamos relutantes, mas apenas em desobedecer a Deus. Que a sua graça esteja sempre sobre nós!

Pr. Charles
Fonte: http://bibliacomisso.blogspot.com.br/

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma Exortação Para Amar a Deus [1/6]


1. Uma exortação

Deixem-me energicamente persuadir todos aqueles que carregam o nome de cristãos a se tornarem amantes de Deus. “Amai o SENHOR, vós todos os seus santos” (Sl 31.23). São poucos os que amam a Deus: muitos Lhe dão beijos hipócritas, mas poucos de fato O amam. Amar a Deus não é tão fácil quanto pensa a maioria. O sentimento do amor é natural, mas a graça do amor não o é. Os homens são, por natureza, odiadores de Deus (Rm 1.30). Os ímpios fogem de Deus; eles não se submetem às Suas ordenanças, tampouco se põem sob Seu alcance. Eles têm medo de Deus, mas não O amam. Toda a força que há nos homens ou nos anjos não é capaz de fazer o coração amar a Deus. Ordenanças não podem fazê-lo por si mesmas, tampouco a ameaça de condenação; é apenas a força todo-poderosa e invencível do Espírito Santo que pode infundir o amor dentro de uma alma. Sendo esse um trabalho tão difícil, somos chamados a empregar a mais fervorosa oração e a nos empenharmos em buscar essa bela graça do amor. A fim de excitar e inflamar os nossos desejos por ela, eu hei de prescrever vinte motivos para amar a Deus.

(1) Sem amor, toda a nossa religião é vã. Deus não atenta para o dever, mas para o amor ao dever. A questão não é o quanto nós fazemos, mas o quanto nós amamos. Se um servo não faz o seu trabalho voluntariamente, e cheio de amor, sua obra não é aceitável. Deveres executados sem amor são tão insuportáveis para Deus quanto são para nós. Assim, Davi aconselhou o seu filho Salomão a servir a Deus com uma alma voluntária (1Cr 28.9). Cumprir um dever sem amor não é um sacrifício, mas uma penitência.

(2) O amor é a mais nobre e excelente graça. É uma chama pura acendida dos céus; por meio dela nós nos refletimos a imagem de Deus, que é amor. Crer e obedecer não nos torna semelhantes a Deus, mas pelo amor nós crescemos em semelhança a Ele (1Jo 4.16). O amor é a graça que mais se deleita em Deus, e é a graça na qual Deus mais se deleita. Aquele discípulo que estava mais cheio de amor foi o que pôde inclinar-se em seu peito. O amor põe um frescor e um brilho em todas as graças: as graças parecem ficar apagadas, a menos que o amor brilhe e lampeje nelas. A fé não é verdadeira, a menos que atue pelo amor. As águas do arrependimento não são puras, a menos que fluam das fontes do amor. O amor é o incenso que torna todos os nossos serviços agradáveis e aceitáveis a Deus.

(3) Acaso é desarrazoado o que Deus requer de nós? Não é outra coisa, senão o nosso amor. Se Ele pedisse nossas propriedades, ou o fruto de nossos corpos, poderíamos negar-Lhe? Mas Ele pede apenas o nosso amor: essa é a única flor que Ele há de colher. Acaso é esse um pedido difícil? Houve em alguma época uma dívida tão facilmente pagável quanto essa? Nós de maneira alguma empobrecemos ao pagá-la. O amor não é um fardo. Acaso é algum trabalho para a noiva amar o seu esposo? O amor é um deleite.

(4) Deus é o mais adequado e perfeito objeto de nosso amor. Todas as excelências que se mostram dispersas nas criaturas estão unidas Nele. Ele é sabedoria, beleza, amor, sim, a própria essência da bondade. Não há nada em Deus que possa causar repugnação; a criatura facilmente provoca náusea, ao invés de satisfação, mas em há infinitas e renovadas belezas cintilando em Deus. Quanto mais nós desfrutamos de Deus, mais somos arrebatados pelo deleite.
Não há nada em Deus que amorteça as nossas afeições ou apague o nosso amor; nenhuma debilidade, nenhuma deformidade que possa enfraquecer ou esfriar o amor. Em Deus há tal excelência capaz não apenas de pedir, mas de ordenar o nosso amor. Se houvesse ainda mais anjos no céu do que há, e todos aqueles gloriosos serafins tivessem uma imensa chama de amor queimando em seus peitos por toda a eternidade, ainda assim eles não seriam capazes de amar a Deus em equivalência àquela perfeição infinita e bondade transcendente que há Nele. Certamente, então, aqui há o bastante para nos induzir a amarmos a Deus – nós não poderíamos despender o nosso amor em um objeto mais excelente.

(5) O amor facilita a religião. Ele lubrifica as engrenagens das afeições, tornando-as mais vigorosas e alegres no serviço de Deus. O amor lança fora o tédio do dever. Jacó considerou como nada os sete anos que trabalhou, em razão do amor que tinha por Raquel. O amor transforma o dever em prazer. Por que os anjos são tão dispostos e velozes no serviço a Deus? É porque eles O amam. O amor jamais se cansa. Aquele que ama a Deus jamais se cansa de dizê-lo. Aquele que ama a Deus jamais se cansa de servi-Lo. 


Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson 
Tradução: voltemosaoevangelho.com 
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Fotos - Encontro de UPHs do PNOB 2012

No último final de semana (10 e 11 de novembro), aconteceu na Igreja Presbiteriana de Mairi -Ba, o Encontro de Homens que fazem parte da federação de UPHs do Presbitério Noroeste da Bahia. Foram momentos de edificação e comunhão!
Deus abençoe os homens do nosso presbitério, enchendo-lhes de sabedoria e determinação para trabalharem em favor do Evangelho!

"Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados." (Salmo 84. 5)
 Fotos:




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

John Piper – Como o Prazer Cristão transforma a batalha contra o mal




O Prazer Cristão muda nossa resposta ao mal. Jeremias 2:13: Aqui está a definição do Prazer Cristão  para o mal.
“Dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”
O que é o mal? A preferência suicida por poços vazios em detrimento do rio de deleite fluindo do céu. Isso é mal! Então, minha batalha contra o mal não é dizer constantemente: “Não, não, não, não! Mau, mau, mau, mau!” Não há poder nisso! O poder da carne vindo contra você, o poder do diabo vindo contra você, e você vai exercer sua força de vontade e fazer disso a sua vitória? Não! Você não vai!
Uma coisa lhe dará a vitória: Fé é a vitória que vence o mundo, e fé é estar satisfeito com tudo o que Deus é para nós em Jesus. Você tem que bater nessa tecla toda manhã para que os males que tentam agarrá-lo percam suas presas. “Você não pode me pegar. Eu vi a Jesus nesta manhã.” Luxúria, você não pode me pegar. Avareza, você não pode me pegar. Temor dos homens, você não pode me pegar. Amargura e raiva, vocês não podem me pegar. Eu vi a Jesus nesta manhã.
A batalha contra o mal é totalmente transformada pelo Prazer Cristão. 

Por John Piper © 2012 Desiring God Foundation. Usado com permissão. Website em português: www.satisfacaoemdeus.org. Original: How the Battle Against Evil Is Transformed. Trecho da pregação: God Is Most Glorified in Us When We Are Most Satisfied in Him 
Tradução: cedido gentilmente por Alan Cristie – Editora Fiel © Todos os direitos reservados. Original: Como o Prazer Cristão transforma a batalha contra o mal

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

REFORMA PROTESTANTE, UMA VOLTA ÀS ESCRITURAS


A Reforma Protestante, do século dezesseis, teve início no dia 31 de outubro de 1517, quando o monge agostiniano, Martinho Lutero, fixou nas portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra as 
indulgências, rompendo assim, com os desmandos do papado e com os desvios doutrinários da igreja.
 A reforma não foi uma inovação da igreja, mas uma volta às escrituras. Seu propósito foi fazer uma correção de rota e seguir pelas mesmas pegadas trilhadas pelos apóstolos. A reforma colocou a igreja de volta nos trilhos da verdade.
A verdade de que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática e devemos rejeitar decisivamente todas as doutrinas que não estiveram amparadas pelas escrituras.
A verdade de que a salvação é pela fé e não pelas obras. Não somos salvos pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz.
 A verdade de que somos salvos pela graça de Deus e não pelos méritos humanos.
 A verdade de que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, o único Salvador da igreja e o único Senhor do universo.
A verdade de que a Deus pertence o poder, honra e a glória, agora e pelos séculos eternos.


Por Hernandes Dias Lopes
Diretor executivo da Luz Para o Caminho  

Fonte: http://www.ipb.org.br 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O-Evangelho-que-Envergonha - Solano Portela # Fiel2012

Paulo em Romanos 1:15-17 afirma que ele não se envergonha do Evangelho. Isso mostra que o Evangelho verdadeiro pode envergonhar. Por outro lado, o falso evangelho deve envergonhar! São vergonhas diferentes para evangelhos diferentes.
O Evangelho verdadeiro pode envergonhar
Paulo não tinha vergonha “do escândalo da cruz”, pois o evangelho verdadeiro é de Cristo, tem poder para salvar e gera crença genuína. Já o evangelho falso troca o conteúdo da cruz, por um conteúdo popular e aceitável, quando não o reduz a uma mera metodologia e, portanto, não procede de Cristo, não tem poder para salvar e não gera fé genuína.
Paulo exorta Timóteo a não se envergonhar do Evangelho não popular, daquele que é perseguido pelo mundo, que gera algemas, assim como ele não se envergonhava (2 Tm 1:7,8,12,16). Talvez Timóteo estivesse covarde diante da oposição do mundo. Temos que sempre estar atentos à pressão da aceitabilidade social. Muitas vezes, desejamos ser bem aceitos pelo mundo, contudo a pregação do Evangelho é loucura aos padrões do mundo. O remédio para a covardia é confiar no espírito de poder, amor e moderação (2 Tm 1:7) e não gritar mais alto.
O evangelho falso deve envergonhar
O Evangelho de Deus é perfeito e nada temos que adicionar a ele. A marca do falso evangelho é, justamente, a adição (legalismo) ou eliminação (antinomianismo) de elementos essenciais ao verdadeiro Evangelho. Devemos nos envergonhar deste falso evangelho, mesmo que ele fale de Cristo, ele o fará de forma errada.
Na epístola aos Gálatas, Paulo argumenta em três linhas: (1) o argumento histórico (cap. 1 e 2), (2) o argumento teológico (3 a 5.1) e (3) o argumento moral (5.2 a 6:18). No primeiro argumento, Paulo apresenta um testemunho pessoal (v. 1-6) e um apelo pessoal, mostrando a irracionalidade do falso evangelho (7-12).
10 características do Evangelho verdadeiro
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. (Gl 5:1-6).
  1. O Evangelho verdadeiro liberta;
  2. O Evangelho verdadeiro destrói o jugo da escravidão;
  3. O Evangelho verdadeiro traz proveito real em Cristo;
  4. O Evangelho verdadeiro não depende de sinais físicos (circuncisão);
  5. O Evangelho verdadeiro está ligado a Cristo pela graça e não pelo esforço humano;
  6. O Evangelho verdadeiro procede do Espírito Santo – é uma obra sobrenatural de Deus;
  7. O Evangelho verdadeiro justifica;
  8. O Evangelho verdadeiro é recebido pela fé;
  9. O Evangelho verdadeiro está acima dos rudimentos rituais, das sombras;
  10. O Evangelho verdadeiro valoriza a fé que atua pelo amor.
10 características do evangelho falso
Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação. Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz. Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia. (Gl 5:7-12)
  1. O evangelho falso impede a carreira da fé.
  2. O evangelho falso é persuasivo e atraente.
  3. O evangelho falso não procede de Deus, daquele que chama, mas de homens.
  4. O evangelho falso começa com pequenas coisas – pouco de fermento. “Ah, ele prega algumas coisas erradas, algumas heresias, mas a pregação da semana passada foi muito boa”.
  5. O evangelho falso não produz harmonia de mente, mas sentimentos contrários ao verdadeiro Evangelho.
  6. O evangelho falso perturba, traz inquietação, diferente da paz de Cristo (Jo 14:17).
  7. O evangelho falso traz condenação, gerando uma esperança falsa.
  8. O evangelho falso persegue os verdadeiros cristãos. Paulo pregava o Evangelho verdadeiro, mas mesmo assim era perseguido.
  9. O evangelho falso destrói a obra de Cristo na cruz e se escandaliza de sua pureza, buscando desfazer o escândalo da cruz.
  10. O evangelho falso incita à rebelião contra o verdadeiro evangelho
Aplicação
De qual evangelho você se envergonha? Por mais piedosos que pareçam, eu me envergonho dos seguintes falsos evangelhos:
Eu me envergonho do evangelho católico romano que prega a salvação pela fé e obras e a inerrância das tradições.
Eu me envergonho do evangelho das seitas que apresentam escritos com autoridade superiores à Escritura que são frutos de uma nova revelação.
Eu me envergonho do evangelho neopentecostal que coloca as doutrinas da fé cristã em um quarto escuro e pouco frequentado e cria interpretações estranhas sobre gritos, agitação, unção, etc.
Eu me envergonho do evangelho neopagão que adiciona ao linguajar cristão cerimônias estranhas (cultos em montes, orações em cima de peças de roupas, marchas com petições escritas em sandálias e outros fetiches pagãos).
Eu me envergonho do evangelho dos vendedores de fórmulas de felicidade e de marqueteiros de manuais de prosperidade que se esquecem de que o Deus que pode abençoar é o mesmo que diz que neste mundo teremos aflições
Eu me envergonho do evangelho dos curandeiros que valorizam o poder do personalismo e uma maratona de catarse coletiva.
Eu me envergonho do evangelho de certos caminhos da “graça” que fala muito do amor de Deus, mas apresenta uma graça barata que não é bíblica, confortando o pecador em seu pecado de vez de levá-lo ao arrependimento.
Eu me envergonho do evangelho de certos tradicionalistas que se prende à noções teológicas históricas escravizadoras e não especificadas nas Escrituras.
Eu me envergonho do evangelho metodológico de certos evangélicos que acham a pregação da Palavra sem poder a menos que seja aplicadas técnicas modernas – como se o poder estivesse na metodologia e não no Espírito.
Eu me envergonho do evangelho judaizante moderno de judeus messiânicos extremados que se colocam acima dos outros cristãos e levantam barreiras que o Messias já derrubou.
Eu me envergonho do evangelho neo-ortodoxo que separa a Palavra dos fatos da história e que prega um subjetivismo que nada afirma e nada constrói.
Eu me envergonho do evangelho dos liberais teológicos que mantêm o linguajar cristão, mas considera a bíblia um mero registro humano cheio de falhas.
Eu me envergonho do evangelho dos teólogos relacionais que pregam um deus impotente, sujeito às maquinações humanas e às leis da natureza, que não tem um plano, mas vive sujeito à frustração da busca de um relacionamento com um homem soberano.
Senhor, reafirma e fortalece a nossa fé! Livra-nos do evangelho falso que anula o sacrifício de Cristo Jesus. Que nos firmemos na liberdade, fugindo do falso evangelho que envergonha. Que sigamos a Palavra de Deus em tudo e proclamemos o verdadeiro evangelho.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

José do Egito, "Um Político Ético e Decente"


“Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; ...Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito”. (Gn 41.40,41)


A história de José é uma das que têm mais rico significado no Antigo Testamento: um menino mimado vendido como escravo ao Egito, devido à inveja de seus irmãos; saiu-se admiravelmente bem na adversidade, e de um aprisionamento injusto se elevou à mais alta posição governamental. Mediante planejamento sábio, ele evitou a provação da fome, dessa maneira livrando o Egito, a Palestina e a própria família de morrerem de fome.

O poder não lhe subira à cabeça. Todo o mal praticado contra ele por seus irmãos era apenas parte do plano secreto de Deus, arquitetado para o bem, não só de José, mas também de seus ímpios irmãos. E José foi submisso a este plano divino, entendendo que ele mesmo era um instrumento da providencia de Deus para a salvação do povo eleito. E, mais uma vez, podemos perceber a integridade no caráter de José. Por bem menos, hoje em dia, algumas pessoas em posições de poder agem de forma vingativa e mesquinha.

José pensou no beneficio da nação inteira, não privilegiando os mais ricos ou os que exerciam cargos importantes. A regra foi igual para todos. Um outro diferencial que podemos destacar entre José e muitos políticos é o não-enriquecimento próprio, com desvios de recursos públicos. Muitos são os escândalos de que temos conhecimento, envolvendo por vezes até mesmo políticos evangélicos, descobrindo-se que alguns buscam inclusive benefícios ou privilégios para as suas igrejas. Que bom testemunho eles poderiam dar se agissem com caráter semelhante ao de José, temendo a Deus acima de qualquer coisa ou interesse.

Siga o exemplo de José, exija dos que governam o mesmo! Ore,  para que Deus levante pessoas de Caráter, para dirigir nosso Pais, Estado, e Cidade!

(Extraído da Revista Expressão,O Século 21 Cidadania Cristã - Uma perspectiva Reformada/ Com adaptações.)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Os Testes do Amor a Deus [ 2/6] -Thomas Watson

4. Magnanimidade
Um outro fruto do amor é magnanimidade. O amor é valoroso, ele transforma a covardia em coragem. O amor faz com que alguém se aventure pelas maiores dificuldades e perigos. A medrosa galinha voa contra um cachorro ou uma serpente para defender os seus pintinhos. O amor infunde um espírito de bravura e firmeza no cristão. Aquele que ama a Deus permanecerá firme por Sua causa e será um defensor Dele. “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). Aquele que é temeroso de confessar a Cristo não tem senão um pequeno amor a Ele. Nicodemos veio furtivamente a Cristo, à noite (Jo 3.2). Ele estava temeroso de ser visto com Ele à luz do dia. O amor lança fora o medo. Assim como o sol dissipa neblinas e vapores, assim o amor divino em uma grande medida dissipa o temor carnal. Acaso ama a Deus aquele que consegue ouvir Suas benditas verdades serem desafiadas e permanecer em silêncio? Aquele que ama o seu amigo permanece firme em seu favor e o defende quando ele é envergonhado. Acaso Cristo se apresenta em nosso favor nos céus, e nós temeremos apresentar-nos em Seu favor na terra? O amor impulsiona um cristão, ele incendeia o seu coração com zelo e o fortalece com coragem.
5. Sensibilidade
O quinto fruto do amor é sensibilidade. Se nós amamos a Deus, os nossos corações sofrem diante da desonra a Deus provocada pelos homens ímpios. Ver não apenas as represas da religião, mas também da moralidade, serem demolidas, e uma torrente de impiedade se aproximando; ver os sabbaths de Deus profanados, Seus juramentos violados, Seu nome desonrado; se há algum amor a Deus em nós, deveríamos preocupar-nos profundamente com essas coisas. A alma justa de Ló estava afligida “pelo procedimento libertino daqueles insubordinados” (2Pe 2.7). Os pecados de Sodoma eram como muitas lanças perfurando a sua alma. Quão distantes estão de amarem a Deus aqueles que de modo algum são afetados com a Sua desonra? Se eles têm tão somente paz e negócios, nada lhes causa preocupação. Um homem que está completamente bêbado jamais se alarma ou é afetado, ainda que outro homem esteja sangrando de morte ao seu lado; assim também, muitos, estando embriagados com o vinho da prosperidade, não são afetados quando a honra de Deus é golpeada e Suas verdades estão sangrando. Se os homens amassem a Deus, eles se afligiriam ao ver Sua glória sofrendo e a própria religião tornando-se um mártir.
6. Ódio contra o pecado
O sexto fruto do amor é o ódio contra o pecado. O fogo expurga as impurezas do metal. O fogo do amor expurga o pecado. “Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos?” (Os 14.8, ARC). Aquele que ama a Deus não terá qualquer envolvimento com o pecado, senão para fazer guerra contra ele. O pecado atinge não apenas a honra de Deus, mas o Seu ser. Acaso ama o seu soberano aquele que abriga um traidor da coroa? Acaso é um amigo de Deus aquele que ama o que Deus odeia? O amor de Deus e o amor do mundo não podem habitar no mesmo lugar. As afeições não podem caminhar para duas direções contrárias ao mesmo tempo. Um homem não pode amar a saúde e amar também o veneno; assim ninguém pode amar a Deus e também o pecado. Aquele que tolera qualquer pecado secreto em seu coração está tão distante de amar a Deus quanto o céu e a terra distam um do outro. 

Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson 

sábado, 8 de setembro de 2012

Se eu tiver fé, poderei fazer mais milagres do que Jesus? DITOS DIFÍCEIS DE JESUS - IV


Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (João 14.12).


Jesus fez esta promessa aos seus discípulos na noite em que foi traído, antes de ir com eles para o Getsêmani, durante o jantar em que instituiu a Ceia. O Senhor falou que iria para o Pai preparar lugar para os discípulos (Jo 14.1-4), e em seguida explicou como eles chegariam lá (14.5-6). Respondendo ao pedido de Filipe para que lhes mostrasse o Pai, Jesus explica que Ele está de tal forma unido ao Pai, que vê-lo é ver o Pai (14.7-9). E como prova de que Ele está no Pai e o Pai está nEle, Jesus aponta para as obras que realizou (14.10-11). E em seguida, faz esta promessa, “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12).
Este dito de Jesus é difícil porque parece prometer que seus discípulos seriam capazes de realizar os milagres que Ele realizou, e até mesmo maiores, se somente cressem nEle – e pelo que lemos no livro de Atos e na história da Igreja, esta promessa não parece ter-se cumprido. Compreender o real sentido desta passagem tem se tornado ainda mais crucial pois ela tem sido usada, após o surgimento do movimento pentecostal e seus desdobramentos, para defender modernas manifestações miraculosas, iguais e maiores dos que as efetuadas pelo próprio Jesus Cristo.
Há duas principais tentativas de interpretar este dito de Jesus:

1. As “obras” são os milagres físicos realizados por Jesus
A interpretação popular e mais comum, aceita pela maioria dos evangélicos no Brasil (esta maioria, por sua vez, é composta na maior parte por pentecostais e neopentecostais), é que Jesus realmente prometeu que seus discípulos seriam capazes de realizar os mesmos milagres que Ele realizou, e mesmo maiores. É importante notar que muitos membros de igrejas históricas, como presbiterianos, batistas, congregacionais e episcopais, entre outros, também foram influenciados por este ponto de vista. Nesta interpretação, a palavra “obras” é entendida exclusivamente como se referindo aos milagres físicos que Jesus realizou, como curas, exorcismos e ressurreição de mortos. Os adeptos desta interpretação entendem que existem hoje pastores, obreiros e crentes com capacidade para realizar os mesmos milagres de Jesus – e até maiores. Defendem que curas, visões, revelações e de outras atividades miraculosas estão acontecendo no seio de determinadas igrejas nos dias de hoje, exatamente como aconteceram nos dias de Jesus e dos apóstolos. E desta perspectiva, se uma igreja evangélica não realiza estes sinais e prodígios, significa que ela é fria, morta, sem fé viva em Jesus.
Apesar desta interpretação parecer piedosa e cheia de fé (e é por isto que muitos a aceitam), tem algumas dificuldades óbvias.
Primeira, apesar dos milagres que realizaram, nem os apóstolos, que foram os cristãos mais próximos desta promessa, parecem ter suplantado aqueles de Jesus, em número e em natureza. Jesus andou sobre as águas, transformou água em vinho, acalmou tempestades e suas curas, segundo os Evangelhos, atingiram multidões. Não nos parece que os apóstolos, conforme temos no livro de Atos, suplantaram o Mestre neste ponto.
Segundo, a História da Igreja não registra, após o período apostólico, a existência de homens que tivessem os mesmos dons miraculosos dos apóstolos e que tenham realizado milagres ao menos parecidos com os de Jesus. Na verdade, os grandes homens de Deus na História da Igreja nunca realizaram feitos miraculosos desta monta, como Agostinho, Lutero, Wycliffe, Calvino, Bunyan, Spurgeon, Moody, Lloyd-Jones, e muitos outros. Os pregadores pentecostais que afirmam ser capazes de realizar milagres semelhantes, e ainda maiores, não têm um ministério de cura e milagres consistente e ao menos semelhantes aos de Jesus. O famoso John Wimber, um dos maiores defensores das curas modernas, morreu de câncer na garganta. Antes de morrer, confessou que nunca conseguiu curar uma criança com problemas mentais, e nem conhecia ninguém que o tivesse feito.  Os cultos de cura de determinadas igrejas neopentecostais alegam milagres que são de difícil comprovação.
Terceiro, esta interpretação deixa sem explicação o resto da frase de Jesus: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (14.12).
E por último, esta interpretação implica que os cristãos que não fizeram os mesmos milagres que Jesus fez não tiveram fé suficiente, e assim, coloca na categoria de crentes “frios” os grandes vultos da História da Igreja e milhões de cristãos que nunca ressuscitaram um morto ou curaram uma doença.
Esclareço que não estou dizendo que Deus não faz milagres hoje. Creio que Ele faz, sim. Creio que Ele é poderoso para agir de forma sobrenatural neste mundo e que Ele faz isto constantemente. O que estou questionando é a interpretação desta passagem que afirma que se tivermos fé faremos milagres maiores do que aqueles realizados por Jesus.

2. As “obras” se referem ao avanço do Reino de Deus no mundo
A outra interpretação entende que Jesus se referia obra de salvação de pecadores, na qual, obviamente, milagres poderiam ocorrer. Os principais argumentos em favor desta interpretação são estes:

A. A expressão “quem crê em mim” é usada consistentemente no Evangelho de João para se referir ao crente em geral, em contraste com o mundo que não crê.

Examine as passagens abaixo:
Jo 6:35  Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.
Jo 6:47  Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
Jo 11:25-26  Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
Jo 12:46  Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.

Fica claro pelas passagens acima que aqueles que crêem em Jesus são os crentes em geral, e que a fé em questão é a fé salvadora. Por analogia, a expressão “quem crê em mim” em João 14.12 também se refere a todo crente, e não àqueles que teriam uma fé tão forte que seriam capazes de exercer o mesmo poder de Jesus em realizar milagres – e até suplantá-lo!

B. O termo “obras” referindo-se às atividades de Jesus, é usado no Evangelho de João para se referir a tudo aquilo que Ele fez, conforme determinado pelo Pai, para mostrar Sua divindade, para salvar pecadores e para glorificar ao Pai.
Veja estas passagens: Jo 4:34; 5:20,36;  6:28,29; 7:3; 9:3,4; 10:25,32,33,37,38; 14:10,11; 14:12; 15:24; 17:4.
O termo “obras” não se refere exclusivamente aos milagres de Jesus, muito embora em algumas ocorrências os inclua. No contexto da passagem que estamos examinando, Jesus usa o termo “obras” para se referir às palavras que Ele tem falado: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (Jo 14.10). É evidente, portanto, que não se pode entender o termo “obras” em Jo 14.12 como se referindo exclusivamente aos milagres físicos realizados por Jesus. O termo é muito mais abrangente e se refere à sua toda atividade terrena realizada com o fim de salvar pecadores: palavras, atitudes e, sem dúvida, milagres.

C. A frase “porque eu vou para junto do Pai” fornece a chave para entender este dito difícil.
Enquanto Jesus estava neste mundo, sua ação salvadora era limitada pela sua presença física. Seu retorno à presença do Pai significava a expansão ilimitada do Reino pelo mundo através do trabalho dos discípulos, começando em Jerusalém e até os confins da terra. Como vimos, as “obras” que Ele realizou não se limitavam apenas aos milagres físicos, mas incluíam a influência dos mesmos nas pessoas e a pregação do Reino efetuada por Jesus. Estas obras, porém, estavam limitadas pela Sua presença física em apenas um único lugar ao mesmo tempo. As “obras maiores” a ser realizadas pelos que crêem devem ser entendidas deste ponto de vista: os discípulos, através da pregação da Palavra no mundo todo, suplantaram em muito a área de atuação e influência do Senhor Jesus, quando encarnado.

Adotar a interpretação acima não significa dizer que milagres não acontecem mais hoje. Estou convencido de que eles acontecem e que estão implícitos neste dito do Senhor Jesus. Entretanto, eles ocorrem como parte da obra de expansão do Reino, que é a obra maior realizada pela Igreja.
O dito de Jesus, portanto, não está prometendo que qualquer crente que tenha fé suficiente será capaz de realizar os mesmos milagres que Jesus realizou e ainda maiores – a Escritura, a História e a realidade cotidiana estão aí para contestar esta interpretação – e sim que a Igreja seria capaz de avançar o Reino de Deus de uma forma que em muito suplantaria o que Jesus fez em seu ministério terreno. Os milagres certamente estariam e estão presentes, não como algo que sempre deve acontecer, dependendo da fé de alguns, e não por mãos de pretensos apóstolos e obreiros superpoderosos, mas como resposta do Cristo exaltado e glorificado às orações de seu povo.
 
Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Fonte:http://emquepensar.blogspot.com.br/
Fonte original: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/08/se-eu-tiver-fe-poderei-fazer-mais.html