terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A pregação do “fogo do inferno” é eficaz?


A pregação da realidade do inferno, sem que usemos a Lei para levar as pessoas ao conhecimento do pecado, pode provocar um estrago muito grande na causa da evangelização. O ímpio não consegue aceitar a ideia de um Deus de amor que poderia enviar alguém para ser castigado no inferno, pois acha-se enganado pelo conceito de que os padrões de justiça de Deus são os mesos dele. Paulo “debateu” com Félix a respeito “da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro” (At 24.25). Esta é a justiça que ‘em da Lei e o julgamento previsto pela Lei. Félix “teve medo” porque de repente entendeu que sua desobediência tornou-o um pecador aos olhos do Deus Santo, e a realidade da punição no inferno subitamente se mostrou algo lógico para ele. Neste caso, a Lei foi utilizada para levar o pecador ao conhecimento do pecado.
Agora, imagine se a polícia batesse a sua porta, levasse você preso e lhe dissesse aos gritos: “Você vai ficar ‘no xadrez’ por uma longa temporada”. Tal atitude dos policiais certamente o deixaria transtornado e revoltado. Os policiais teriam feito algo totalmente descabido.
Entretanto, imagine então que a lei bata à sua porta e lhe informe detalhadamente o motivo pelo qual você está em apuros. “Descobrimos que você tem dez mil pés de maconha em seu terreno, por isso você está sendo detido e vai pagar pelo crime por um bom tempo”. Desta vez, pelo menos você entendeu a razão de sua detenção. O conhecimento da Lei que transgredimos faz exatamente isso, ele torna o julgamento, ou juízos, algo inteiramente lógico e razoável. A proclamação apenas do fogo do Inferno, ou seja, sem o uso da Lei para mostrar ao pecador o motivo da ira de Deus contra ele, somente o deixará transtornado e revoltado –  e com razão. Afinal, ele não compreenderá o porquê da punição e aplicará sua lógica pessoal para entender o problema.


Atenção:
1) Se você entendeu que não se deve falar do inferno, você entendeu errado. A postagem é sobre aqueles que só falam do inferno, sem dar o motivo das pessoas irem para lá.
2) Se você entendeu que só se deve falar da Lei, você entendeu errado. Pregar somente a Lei também não é pregar o Evangelho. A Lei é o aio que nos leva a Cristo e o instrumento pelo qual vem o conhecimento de nossa pecaminosidade. Quando uma pessoa está profundamente consciente de seu pecado fale, então, das Boas Novas!

Fonte: http://voltemosaoevangelho.com
Fonte original: Retirado da Bíblia “Evangelismo em Ação”, organizada por Ray Comfort e publicada pela Editora Vida.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Evangelho: Como um Deus Justo pode perdoar um pecador?

O que um bom e justo Deus deveria fazer com pessoas más como nós? A grande pergunta de toda Escritura é esta: como um Deus justo perdoa um homem ímpio e continua sendo justo? Como um Deus santo chama o ímpio para ter comunhão com Ele e ainda continua ser santo? E a resposta se encontra na cruz de Jesus Cristo, no Evangelho!
Na cruz de Jesus Cristo, vemos essa revelação tremenda e única de completude dos atributos de  Deus. 
Na Cruz Jesus fez aquilo que foi exigido para satisfazer a justiça de Deus contra o seu povo. 
Jesus Pagou o preço por completo. Nossos pecados foram expiados porque naquela cruz Ele carregou nosso pecado.
A ira de Deus que deveria ter caído sobre mim e você, caiu sobre seu único Filho Amado.
Ele sofreu na íntegra, Ele morreu, pois o salário do pecado é a morte.



Paul Washer 


Créditos: http://voltemosaoevangelho.com

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Não Satisfaça a Carne! – C. H. Spurgeon

Livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.
(2 Pe 1.4)

Rejeite para sempre todos os pensamentos de satisfazer a carne, se você deseja viver no poder de seu Senhor ressuscitado. Habitar na corrupção do pecado é trágico para um homem que está vivo em Cristo. "Por que buscais entre os mortos ao que vive?" (Lucas 24.5.) Os vivos devem viver em um sepulcro?

A vida divina dever ser sepultada no túmulo da concupiscência carnal? Como podemos participar do cálice do Senhor e, ao mesmo tempo, beber o cálice de Satanás? Certamente, você foi liberto de concupiscências e pecados visíveis. Você também escapou das armadilhas ocultas e ilusórias de Satanás? Você já escapou da indolência? Já está livre da segurança carnal?

Está procurando, dia após dia, viver acima do mundanismo, da avareza e da soberba da vida? Lembre-se de que foi por esse motivo que você foi enriquecido com todas os tesouros de Deus. Não permita que todo o abundante tesouro da graça seja desperdiçado por você mesmo.

Siga a santidade; ela é a coroa e a glória do crente. Uma igreja sem santidade é inútil para o mundo e não recebe apreciação da parte dos homens; é uma abominação, uma alegria para o inferno e um aborrecimento para o céu. Os piores males que foram trazidos ao mundo surgiram por intermédio de uma igreja sem santidade.

Você é um sacerdote de Deus — viva de acordo com essa posição. Você é um eleito de Deus — não se associe com o pecado. O céu é a sua herança. Viva como um ser celestial e você comprovará que possui a fé verdadeira em Jesus. Não pode haver fé no coração, a menos que exista santidade no viver.

Fonte: http://www.charleshaddonspurgeon.com

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Corpo de Cristo


 Por:
 Pr. Izaias Sabino
Uma das imagens favoritas do apóstolo Paulo para a igreja era a do corpo. Segundo Shelley, é “a única metáfora do Novo Testamento sem qualquer base no Velho. O apóstolo fez uso dela em Efésios, Colossenses, Romanos e 1 Coríntios”[1]. O que se percebe nessas epístolas é que o apóstolo considerava o corpo em suas mais amplas dimensões porque o viu unido a sua cabeça, Cristo. Paulo exortava os seus leitores a perceberem que todos desfrutavam do privilégio de serem membros do corpo de Cristo. Por isso, de forma explícita, escrevendo aos Coríntios, ele disse: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo" (1 Co 12. 27). “Estas palavras foram proferidas com a finalidade de lembrar aos crentes de Corinto que, através dessa imagem acerca da harmonia entre os membros do corpo, foi ilustrada uma realidade espiritual”, que como escreveu Champlin[2], a saber, a realidade do corpo místico de Cristo, do qual todos os cristãos fazem parte. Em relação a Cristo, eles eram um corpo, isto é, eles eram seu corpo místico, sua expressão neste mundo, por serem aqueles que compartilham de sua natureza. Cada qual é membro do outro, sendo mutuamente dependentes entre si. Paulo não encarava cada comunidade como parte do corpo, antes, olhava para os membros como aqueles que, individualmente, compunham, uma parte do corpo.
Quanto ao aspecto da individualidade, Calvino[3] dizia que, “segundo cada qual tem tido sua porção e trabalho definido, que lhe tem sido atribuído como um todo, falaria do corpo de Cristo como uma unidade. Individualmente, fala dos membros como indivíduos”.
O sentido de igreja em Romanos e I Coríntios, acrescenta Shelley, este era o alvo dos pensamentos de Paulo. E explica:

Seu ponto principal ao empregar a figura do corpo foi de salientar a diversidade dos membros dentro da união do corpo, a igreja. Romanos 12.4-5 resume melhor a idéia: ‘Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função; assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo, e membros uns dos outros’[4].

Com estas palavras, Paulo desenvolve a figura do corpo de forma mais especifica. Uma analogia entre o corpo humano e a comunidade cristã salienta que, embora sejam muitos os membros, os cristãos fazem parte de um só corpo e, portanto, dependem uns dos outros. Essa doutrina carrega implicações extraordinárias na maneira como se deve entender a igreja local, principalmente no seu modo de agir.
Os cristãos devem trabalhar unidos e viver harmoniosamente em prol do mesmo corpo. A figura do corpo propõe que essa união dos crentes com Cristo é orgânica e, conseqüentemente, os relacionamentos entre os irmãos devem objetivar esse elo com Cristo de forma recíproca. Se essa dinâmica relacional não for uma realidade no relacionamento da igreja, ela caminhará em constante desarmonia e conseguinte destruição. Assim, pode-se concluir com Bavinck[5] que “Cristo é a cabeça de todo o crente, de toda congregação, e também da igreja como um todo”.
Escrevendo aos Colossenses, o apóstolo Paulo proferiu as seguintes palavras: Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o restante das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). Semelhantemente escreveu à igreja de Éfeso: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef. 1.22-23). Estes versos demonstram o favoritismo de Paulo em se referir à igreja tanto de Colossos como a de Éfeso como o corpo de Cristo. Paulo tinha um entendimento especial da igreja de Cristo, e este era o sentido mais compreensivo e por meio do qual ele fazia referência direta a todo o corpo dos fiéis.
Shelley[6] ensina que o significado da metáfora da igreja como corpo de Cristo está relacionado ao “organismo que se acha unido a Cristo”.  Sendo assim, o corpo é mais do que uma simples coleção de indivíduos. Trata-se de um organismo espiritual. Os crentes em Cristo são unidos em seu corpo porque, mediante a regeneração, eles se unem à cabeça que é Cristo.
Uma digna compreensão da igreja como organismo do modo como é apresentada nas Escrituras é necessária para mudar a realidade atual vivida pelos crentes, afirma Shelley[7], tornando-os mais tolerantes em relação aos seus irmãos. A diversidade não é algo para ser rejeitado. Deus quer que ela seja um meio de ministrar ao corpo e, por meio deste, ao mundo. Cada membro é, pois, importante aos olhos de Deus.
Stedman afirma que

a igreja é principal e fundamentalmente um corpo destinado a expressar através de cada membro, individualmente, a vida de um Senhor que nele habite; e este corpo foi equipado pelo Espírito Santo com dons que expressem esta vida. A conseqüência é que nada poderia ser mais improdutivo ou patético do que uma igreja que não entende isso e, em vez disso, se utiliza de métodos de negócio, processos organizacionais e pressão política mundana para realizar o seu trabalho. Esta é uma receita certa para a frustração e a morte final. Mas redescobrir o programa divino para a operação da igreja é um desafio estimulante[8].


A igreja do presente precisa voltar os seus olhos para a Bíblia e aprender a viver conforme o privilégio que Cristo lhe concedeu de ser o seu corpo. Como concluiu Grudem, “a metáfora da igreja como corpo de Cristo deve aumentar a nossa dependência mútua e a nossa apreciação da diversidade de dons no corpo” [9].


[1] SHELLEY, Bruce L. A Igreja: o povo de Deus, p. 37.
[2] CHAMPLIN.Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, p. 199.
[3] CALVINO apud CHAMPLIN. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, p. 199.
[4] SHELLEY, Bruce L. A Igreja: o povo de Deus, p.142.
[5] BAVIINCK, Hermann. Teologia Sistemática, p. 435.

[6] SHELLEY, Bruce L. Op. Cit., p. 37.
[7] Ibidem.
[8] STEDMAN. Igreja Corpo de Cristo, p. 54.
[9] GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática, p. 20

Desligue seu ídolo